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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Animais preveem tremores por mudanças na água, dizem cientistas


Cientistas dizem que animais podem ser capazes de perceber mudanças químicas que ocorrem na água quando um terremoto está prestes a ocorrer.
Este fenômeno poderia explicar os estranhos comportamentos apresentados por animais em períodos que antecedem um tremor de terra.
A equipe de cientistas, integrada por pesquisadores da Nasa, nos Estados Unidos, e da Open University da Grã-Bretanha, começou a investigar os efeitos químicos dos terremotos após observar uma colônia de sapos que abandonou a lagoa em que vivia na cidade de L'Aquila, na Itália, dias antes de um terremoto, em abril de 2009.
Os especialistas sugerem que as mudanças no comportamento dos animais passem a ser observadas e integradas aos mecanismos de previsão de terremotos.
As conclusões dos cientistas foram publicadas na revista científica International Journal of Environmental Research and Public Health.
O artigo descreve um processo pelo qual rochas sob estresse na crosta terrestre liberam partículas carregadas eletricamente que reagem com a água no solo.
Animais que vivem na água ou perto dela são altamente sensíveis a mudanças na sua composição química, então é possível que eles sejam capazes de sentir essas alterações dias antes de as rochas finalmente se moverem, provocando o terremoto.
A equipe, liderada por Friedemann Freund, da Nasa, e Rachel Grant, da Open University, espera que sua hipótese inspire biólogos e geólogos a trabalhar juntos para descobrir exatamente como os animais poderiam nos ajudar a reconhecer alguns dos sinais sutis de um terremoto iminente.
Comportamento estranho
Os sapos de L'Aquila não são o primeiro exemplo de comportamento animal estranho antes de um grande abalo sísmico. Ao longo da História, houve muitos relatos de répteis, anfíbios e peixes se comportando de maneira pouco usual nesses períodos.
Em julho de 2009, horas após um grande terremoto na cidade de San Diego, na Califórnia, Estados Unidos, residentes encontraram dezenas de lulas Humboldt nas praias da região. Essas lulas são normalmente encontradas no fundo do mar, a profundidades de entre 200 a 600 metros.
Em 1975, em Haicheng, na China, muitos moradores relataram ter visto cobras saindo de suas tocas um mês antes de a cidade ser sacudida por um grande tremor.
O comportamento das cobras era particularmente estranho por ter ocorrido no inverno, período em que elas deveriam estar hibernando. Em temperaturas próximas de 0ºC, sair da toca era praticamente suicídio para répteis, que dependem de fontes externas de calor para aquecer seus corpos.
Cada um dos exemplos de comportamento animal anômalo citados é único. Terremotos de grandes magnitudes são tão raros que fica quase impossível estudar detalhadamente os eventos associados a eles.
E é nesse aspecto que o caso dos sapos de L'Aquila se diferencia.
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