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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

China adota medidas para conter ‘invasão cultural’ do Ocidente


Em um artigo publicado na revista Seeking the Truth ("Buscando a verdade"), Hu Jintao afirma que as chamadas "forças hostis internacionais estão intensificando seus golpes estratégicos de ocidentalizar a China e separar o país".
Para o líder político, "os campos ideológicos e culturais são o foco da infiltração de longo prazo deles".
O pronunciamento é consoante com a reforma cultural aprovada por unanimidade em outubro passado pelos membros do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), durante seu 17º Congresso Anual.
Dentre as medidas citadas no plano de reforma estão a revitalização da indústria cultural do país por meio de investimentos, a expansão dos Institutos Confúcio no exterior e o controle da entrada de manifestações culturais ocidentais.
"A força da indústria cultural do país não é proporcional a sua influência internacional", alegou Hu Jintao no texto. "A cultura ocidental é forte, enquanto ainda nos mostramos fracos", acrescentou.
Como uma das primeiras publicações legais de 2012 acerca da reforma, a Administração Estatal para Rádio, Filme e Televisão (Sarft, na sigla em inglês) anunciou no dia 1º o fim de 2/3 dos programas de entretenimento veiculados pela televisão chinesa em canais fechados.
As atrações vetadas, programas de namoro, concurso de calouros e talk shows, emulam programas ocidentais.
Antes mesmo da reforma, em setembro do ano passado, o programa Super Girl, um show de calouros que contava com o voto dos telespectadores, foi cancelado. Na época, muitos acreditaram que as autoridades não viam com bons olhos o tímido exercício de democracia de escolher os vencedores.
'Super Girl' foi um dos programas que as autoridades não viam com bons olhos
A atração existia desde 2004 e chegou a ter uma audiência de 400 milhões de pessoas.
Desde que posta em prática, a nova diretriz cultural já cortou 88 horas de programação de entretenimento da televisão a cabo – de 126 horas para 38 horas semanais.
Conforme a agência oficial de notícias, Xinhua, a Sarft comandou as emissoras a substituírem a programação "de mau gosto" por atrações que "promovam virtudes tradicionais e valores socialistas".
Para os críticos, as palavras reacendem os fantasmas da Revolução Cultural, política iniciada em 1966 por Mao Tsé-tung e que tirou 70 milhões de vidas durante os dez anos em que vigorou.
Durante a Revolução Cultural, aos chineses só se permitia estudar os trabalhos marxistas e os de Mao Tsé-tung, publicados no Livro Vermelho. Intelectuais e cidadãos da classe alta eram mandados para o campo de trabalho forçado.
Han Han, o mais famoso blogueiro do país, publicou no final de 2011 um post em que criticava as determinações da reforma cultural.
Sob o título Da liberdade, o escritor avaliou que, "mais do que impulsionar economicamente a indústria cultural chinesa, a reforma promoverá apenas artistas e ações que estejam de acordo com os ideais do Partido Comunista, aumentando a censura no país".
Fim de ano ocidental
Entretanto, a reforma não significa necessariamente que a cultura ocidental desaparecerá do país. A virada do ano na China, por exemplo, se mostrou mais alinhada com os costumes ocidentais.
Embora o Ano Novo chinês só seja celebrado no próximo dia 23, a administração de Pequim organizou pela primeira vez na história uma celebração para a contagem regressiva do início de 2012 no Templo do Céu, um dos pontos turísticos mais visitados da capital.
A Televisão Central continuou exibindo o Concerto de Ano Novo da filarmônica de Viena. Por diversas cidades, como Shenzhen, shows de orquestras ocidentais também foram programas de alta lucratividade durante o Ano Novo.
As tentativas de controlar o avanço da cultura ocidental também não tiveram sucesso no cinema. Em 2011, os filmes mais vistos figuram produções hollywoodianas: Transformers 3 (que faturou US$ 145,5 milhões nas bilheterias); Kung Fu Panda (US$ 95 milhões); e Piratas do Caribe 4 (US$ 73 milhões).
Chineses comemoraram o Ano Novo ocidental em cidades como Pequim, Xangai e Hong Kong
Conforme as leis chinesas, apenas 20 produções estrangeiras podem ser exibidas nos cinemas do país por ano.
O cinema chinês foi salvo pelo último trabalho do diretor Zhang Yimou, Flores da Guerra, que arrecadou US$ 66 milhões até o dia 29 de dezembro. O filme é protagonizado pelo ator inglês Christian Bale.
Em Pequim, o estilo de vida ocidental já fora banido de propagandas e outdoors em março do ano passado.
De acordo com o governo local, palavras como "luxo", "supremo" e "classe alta" estão proibidas de serem utilizadas em peças publicitárias sob a pena de uma multa de 30 mil yuans (R$ 8,7 mil).
Tais expressões, disse o governo na época, encorajavam a população a aspirar por "estilo de vida ocidental".
Em dezembro, planos de criar uma Cidade do Inglês em Pequim foram vetados pelo Partido Comunista de Miyun, distrito ao noroeste da capital onde a cidade seria implantada.
O projeto envolvia a construção de 16 distritos de arquitetura europeia, dentro dos quais o inglês seria a língua obrigatória.
O controle do regime também aumenta sobre a internet e o uso das redes sociais. Desde dezembro, os usuários do Sina Weibo de Pequim, Xangai e Guangzhou são obrigados a se registrar com seus nomes reais e documentos de identidade
Fonte:

Opinião
Os Países ocidentais, principalmente o Brasil, também deveriam criar medidas para barrar a entrada das bugigangas chinesas, que também e hostil as industrias nacionais. Repararam que quase tudo que compramos tem a mensagem: Made In China?
Em termos de qualidade são umas porcarias, mas por serem produzidas por mão de obra barata e condições de trabalho muito piores do que é visto no Brasil, vendem como água, porque são baratos e portanto e uma concorrência desleal com a nossa industria.
Se os Chineses nos vêem como hostil, devemos ser recíprocos, basta pararmos de comprar suas quinquilharias que em um estante deixarão que de comer cachorros em homenagem aos povos ocidentais.
Uanderson


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