A Austrália se prepara
para iniciar a alta temporada de turismo ameaçada pelo aumento de ataques de
tubarões. Só na costa de Nova Gales do Sul, com mais de 2.000 quilômetros, 13
banhistas e surfistas foram atacados por tubarões em 2015 contra apenas três em
2014, um aumento "sem precedentes", disse o primeiro-ministro do
estado australiano, Mike Baird. Seu Governo organizou um encontro internacional
com especialistas em ciência e tecnologia para testar imediatamente novos
sistemas que detectem a tempo a chegada dos animais até a costa. Também buscam
ideias para evitar que os tubarões ataquem os banhistas. Nos últimos dois anos,
nove pessoas morreram por causa desses ataques.
Entre as tecnologias
para afastar os tubarões, especialistas propõem a instalação de barreiras
elétricas subterrâneas que seriam carregadas pela energia das ondas e
dispositivos para serem usados por banhistas e surfistas. A empresa Shark
Shield projetou um dispositivo com o mesmo nome (que significa proteção contra
tubarões) para ser fixado no tornozelo e que emite um campo elétrico que
interage com bolhas gelatinosas nos focinhos de tubarões para provocar
espasmos. O aparelho foi testado pela Universidade da Austrália Ocidental, que
confirmou seus efeitos —até 90% de sucesso—, e agora espera mais detalhes sobre
como a tecnologia impacta algumas espécies de tubarões.
Outras soluções
propostas incluem instalar uma barreira de nylon rígida capaz de resistir à
força das correntes marinhas. Alguns especialistas preferem esse tipo em vez
das redes de malha fina, que afetam os corais do fundo do mar. Também está
sendo avaliada a criação de barreiras elétricas: o defensor da ideia, o biólogo
marinho Geremy Cliff, acredita que possa ser uma solução, mas reconheceu que
seu desenvolvimento ainda é precário.
Especialistas
propõem barreiras elétricas subterrâneas alimentadas por ondas e dispositivos
para banhistas e surfistas
O encontro também
discutiu as tecnologias de detecção de tubarões, como o sistema Clever Buoy
("farol inteligente"), que envia sinais para um satélite indicando a
proximidade do animal da costa.
Outros pesquisadores
propuseram trajes de banho para os surfistas que os tubarões, que não
distinguem cores, confundiriam com o fundo do mar.
O Governo também conta
com cientistas locais para fazer um balanço das recentes descobertas em todo o
mundo. É o caso do biólogo marinho da Universidade Bond Daryl McPhee. Em
declarações à agência France Presse, disse que "os tubarões têm sete
sentidos. Não sabemos ao certo como percebem seu ambiente, mas sabemos muito
mais [sobre isso] do que há dez anos. Agora podemos usar a tecnologia para
projetar melhores tecnologias de dissuasão". A causa do aumento de ataques
de tubarões ainda é desconhecida
Fonte: EL Pais
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