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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Suspensão põe em xeque expansão de igrejas evangélicas em Angola



A reação do governo de Angola à morte de 16 pessoas em um culto da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) na capital Luanda, em 31 de dezembro, põe em xeque a expansão de igrejas evangélicas brasileiras em um dos países africanos em que elas têm maior influência.

Após uma comissão de inquérito concluir, no domingo, que a superlotação no estádio da Cidadela, onde as pessoas morreram pisoteadas ou asfixiadas, foi causada por "publicidade enganosa", o Executivo angolano ordenou que a IURD suspenda suas atividades por 60 dias.
Segundo a comissão, 152 mil pessoas se dirigiram para um estádio com capacidade para 30 mil atraídas pelo slogan "O Dia do Fim: venha dar um fim a todos os problemas que estão na sua vida: doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação, dívidas etc".

O governo incumbiu a Procuradoria Geral da República de investigar o incidente, que deixou outras 120 pessoas feridas. Em resposta, a igreja informou que tomará as medidas cabíveis para restabelecer suas operações e lamentou a "detenção de pastores da IURD em diversas localidades de Angola, bem como a presença de viaturas policiais em nossos templos".

A suspensão se estendeu a outras seis igrejas evangélicas – ao menos três das quais brasileiras, como a Igreja Mundial do Poder de Deus, do pastor Valdemiro Santiago – por, segundo o governo, recorrerem "às mesmas práticas que as da IURD" e operarem sem licença no país.
Embora a suspensão seja temporária e não se saiba quais serão os resultados da investigação, a decisão tem sido interpretada como uma possível mudança na relação do governo angolano com a Universal e outras igrejas neopentecostais.

Segundo observadores, a nova postura, além de responder à cobrança popular pela responsabilização dos culpados, reflete a percepção de que essas igrejas cresceram de forma descontrolada nos últimos anos. A posição sinalizaria também a intenção do governo de se aproximar da Igreja Católica, uma das maiores críticas da gestão do presidente José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.

Fonte:
http://www.omossoroense.com.br/index.php/mundo/46296-suspensao-poe-em-xeque-expansao-de-igrejas-evangelicas-em-angola

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