O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse nesta segunda-feira que a Policia Militar transformou em "praça de guerra" a ação de reintegração de posse da área invadida do Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de São Paulo), determinada pela Justiça estadual.
Carvalho disse que o uso da força não conta com o aval do governo federal e que esperava mais diálogo. "Nós achamos que tem alguma coisa que poderia ser esgotada ainda no diálogo e sobretudo numa saída negociada e humana para as famílias, sem a necessidade daquela praça de guerra que foi armada ontem", disse o ministro sobre operação realizada na madrugada de ontem (22).
Ele criticou ainda o tratamento dado ao secretário Nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, que acompanhava as negociações no local e foi atingido na perna por uma bala de borracha.
"Quando ele mostra a carteirinha, a identidade de funcionário público federal, os guardas o desrespeitam e metem uma bala de borracha nele", afirmou o ministro após solenidade no Palácio do Planalto.
Segundo Carvalho, o Ministério das Cidades deve participar do esforço para realojar os moradores da invasão.
"Eu não quero fazer uma crítica direta ao governo de São Paulo, com todo respeito à autonomia. Agora, eu só posso dizer que esse não é um método nosso, do governo federal", completou. Carvalho negou que o tema tenha sido discutido em reunião setorial na manhã de hoje sobre temas sociais.
PASSAGENS
A Prefeitura de São José dos Campos está distribuindo passagens rodoviárias para moradores da invasão Pinheirinho. De acordo com a prefeitura, pelo menos 30 pessoas receberam bilhetes. A maioria tem como destino São Paulo, mas até passagens para o Piauí foram distribuídas.
Segundo moradores ouvidos pela Folha, os bilhetes são oferecidos durante a triagem, quando as pessoas retiradas do terreno são reunidas num centro para preencher fichas, usadas para recuperar bens deixados para trás durante a ação da polícia e solicitar assistência da prefeitura.
A entrada da imprensa no centro não está sendo permitida pelos guardas civis municipais que controlam os portões. Segundo a prefeitura, a medida foi aplicada para evitar "acirrar os ânimos" no local, já que a presença de câmeras e jornalistas pode estimular protestos.
Durante a manhã, moradores que formavam uma fila em frente ao centro entraram em confronto com a PM e a Guarda Civil Municipal. Muitos estavam revoltados com a falta de informações e de organização. Balas de borracha foram disparadas contra manifestantes que jogaram pedras.
No domingo, a Folha mostrou que as tendas armadas para o atendimento de moradores estavam cheias de lama e não tinha proteção lateral. Na segunda-feira, segundo moradores, a situação continua a mesma.
Polícia Militar deteve 14 pessoas durante a madrugada desta segunda-feira na região da favela do Pinheirinho. Com isso, chegou a 30 o número de detidos desde o início da reintegração de posse, na manhã de ontem.
Dentre as pessoas que foram detidas na madrugada, dez tinham invadido uma casa e tomado como refém um casal de idosos. Os outros quatro estavam em um veículo roubado que foi parado pela polícia. Ainda segundo a PM, dois dos homens que invadiram a casa eram procurados pela Justiça e foram presos.
Do total, ao menos, cinco pessoas permanecem presas.
Durante a madrugada, mais um veículo foi queimado na região próxima ao Pinheirinho. Ontem, a PM já havia registrado outros oito veículos queimados, inclusive um carro de reportagem da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo.
Outros incêndios criminosos atingiram ainda, ao menos, uma creche e uma padaria da região. De acordo com a polícia, pessoas atiraram de dentro de um carro um coquetel molotov dentro da creche, que acabou sendo totalmente incendiada.
Um outro coquetel molotov foi usado por pessoas que incendiaram a padaria de um vereador conhecido como Robertinho da Padaria. Não há informação de feridos.
REINTEGRAÇÃO
A reintegração da área invadida de Pinheirinho aconteceu na manhã de ontem (22). Houve confronto entre policiais e moradores. Com isso, três pessoas ficaram feridas, embora a Folha tenha presenciado outras agressões contra moradores durante a ação.
A prefeitura da cidade confirmou que houve apenas um ferido por tiro. Atendido no pronto socorro, a vítima passou por cirurgia e a condição de saúde é estável.
A área, onde viviam cerca de 6.000 pessoas, é alvo de uma disputa entre os invasores e a massa falida de uma empresa, proprietária do terreno. Ocupando uma área de cerca de 1,3 milhão de metros quadrados, a invasão Pinheirinho ocorreu há oito anos. Nos últimos dias, o clima no local tem sido de tensão.
Os moradores removidos foram levados ao Centro Poliesportivo do Campo dos Alemães.
Fonte:
Opinião
Ao assistir pela TV a remoção dos moradores, fiquei abismado pela falta de humanidade do governo de São Paulo com as pessoas. Jogaram os moradores na rua sem os dar um lugar para ficar.
Famílias com crianças pequenas, tendo que se amontoarem pelas ruas sem ter para onde ir. Depois esse prefeito louco fez uma entrevista coletiva e disse que estavam planejando a construção de moradias para essas famílias, porem sem dar qualquer prazo, ou seja ate que este governo anti social resolva construir as tais casas, essas famílias que morem nas ruas como bichos?
Nessas horas não vemos o ministério publico!, e a imprensa mostra apenas o que lhe interessa e as famílias que se danem. O mais importante e discutir se a “dondoquinha do BBB” foi estuprada ou não, ou quem sabe discutir se a Luiza realmente voltou do Canadá?
O Estado de São Paulo, o mais rico deste Pais, se mostrou também o mais insensível. Para bens ao senhor Alckmin , não voto em você para presidente nem que me matem!!!!!!!
Uanderson
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