Os transportadores acusam a polícia municipal da cidade de Maputo de cobranças ilícitas e extorsões na via pública, para além de multas injustas sem nenhum fundamento legal.
Os transportadores semi-colectivos, vulgos chapeiros, que operam na rota que parte de Museu para Benfica, Zona Verde, Malhazine, Zimpeto, Missão Roque, na cidade de Maputo, paralisaram, ontem, as actividades, alegando uma série de irregularidades que, segundo afirmam, são perpetradas pela Polícia Camarária desta urbe.
Os transportadores dizem que enfrentam inúmeras dificuldades durante o exercício do seu trabalho, tudo por causa da Polícia Municipal. “O chapeiro trabalha muito e ganha pouco. Mas, em contrapartida, a Polícia Municipal trabalha pouco e ganha muito bem, à custa do chapeiro”, diz um dos manifestantes, visivelmente agastado.
Zefanias Martins, um outro “chapeiro” grevista, explicou que, de Museu até Benfica, se deparam com mais de dez postos da Polícia Municipal, sendo que, em cada ponto, devem deixar 100 meticais.
“Se não pagas, aplicam-te uma multa que varia de mil a dez mil meticais, ou arrancam-te qualquer documento. Se chegas ao posto policial para recuperar o seu documento, aplicam-te uma multa de cinco mil meticais. Quando tiras 200 meticais, o agente escusa-se a receber e exige 400. Isso é muito pesado para nós”, lamentou.
Uma outra situação que inquieta os transportadores, tal como nos contaram, é o facto de a Polícia estar sempre escondida em “esquinas estratégicas” como forma de actuar melhor e tirar benefícios individuais. “Na paragem das mangueiras, para quem vai do Museu ao cemitério de Lhanguene, via avenida do Trabalho, obrigatoriamente, temos que passar a pagar “portagem”.
São 100 meticais. A polícia actua secretamente naquele local”, desabafou Martins, acrescentando que “trabalhamos para eles (a polícia camarária). Estou há mais de dez anos a fazer chapa e ainda não consegui construir uma casa de um quarto e sala. Mas o Polícia entra hoje e, depois de um mês, já tem uma casa e uma viatura Mark II”.
Quase todos os transportadores reconhecem que as suas viaturas fazem “chapa” sem licenças, mas culpam o Conselho Municipal de não quiser licenciá-las.
“Os nossos carros não têm licenças porque o Conselho Municipal não as nos quer dar. Faltando três dias para a minha licença caducar, posso requer a sua renovação, mas o meu requerimento fica dois ou três meses arquivado. Entretanto, o carro tem que estar na estrada a trabalhar porque, mensalmente, tenho que pagar seguros, finanças e o patrão quer a receita. E ai a polícia aproveita-nos”, explicou Maduchi Zandamela.
Zandamela, transportador há mais de cinco anos, diz não perceber o porquê da demora no processo de licenciamento de viaturas para o transporte semi-colectivo. Aliás, diz que, nalgumas vezes, o município nem aceita a renovação das licenças caducadas.
Fonte:
Opinião
As vezes nos brasileiros fazemos comentarios sobre os problemas de nosso Pais como se determinadas coisas ocorressem apenas aqui. A reportagem acima do jornal “O País” de Moçambique, mostra policiais rodoviarios recebendo propina!
Como eles aprederam tal “oficio”? Sera que a corrupção e uma praga que atinge a todos sem distinção, ou derrepente aprenderam asistindo as novelas brasileiras?
Uanderson
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