23 Adolescentes que freqüentavam à igreja Metodista Episcopal Africana de Sião desmaiaram durante uma celebração litúrgica realizada na manhã de Domingo, 15, por volta das 11horas, no templo da Caridade, localizado na Samba.
Foram transportadas para o Hospital do Prenda, onde, depois de serem medicadas pelos técnicos de saúde de serviço, 19 receberam alta no final do dia e as outras quatros permaneceram sob vigilância porque o seu quadro inspirava cuidados especiais.
Benjamim Teixeira, um dos responsáveis pelas crianças daquela comunidade religiosa, revelou ao jornal “ O PAÍS” que as 23 crianças estavam para receber alta no mesmo momento, mas os especialistas acharam por bem deixar as quatro sob os seus cuidados porque estavam convulsionando.
Para a surpresa da equipa médica, as meninas receberam alta, mas uma delas voltou desmaiada àquela unidade hospitalar, de noite, nos braços dos seus pais. Os pais de outras duas crianças fizeram o mesmo na manhã de Segunda-feira, 16, alegando que tinha acontecido a mesma coisa com as suas filhas.
Segundo Benjamim Teixeira, a primeira criança a perder os sentidos encontrava-se a louvar a existência de Deus no pátio da igreja em companhia de outras crentes de outras idades. Ao vê-la deitada no chão, as pessoas que estavam à sua volta não hesitaram em pedir o auxílio a um dos integrantes da comissão de saúde da referida comunidade paroquial, que se encontrava no grupo coral, a cerca de 50 metros de distância, sem despertar a atenção da maioria dos presentes.
Após ter medicado a primeira paciente e informado aos demais crentes que ela estava a reagir positivamente, o enfermeiro tomou conhecimento que estavam mais quatro desfalecidas no interior do templo.
Benjamim Teixeira contou que foi a partir daquele instante que começaram a seguir-se os outros desmaios e ficaram sem entender inicialmente o que se estava acontecendo.
“Atendendo a dimensão que aquilo tomou, a responsável pela liturgia teve que apelar aos irmãos que tinham carros que fossem acudir a situação”, frisou o jovem, acrescentando que “ao ouvir o aviso ficamos todos aflitos, a querer identificar quem eram as crianças que estavam naquela situação e procuramos transportar o maior número possível para o Hospital do Prenda”.
Contaram ainda com a pronta intervenção dos Serviços de Emergência Médica (SIEM), que respondeu ao pedido de socorro que lhes foi formulado, disponibilizando algumas ambulâncias.
Questionado se sentiu algum cheiro no local onde elas perderam os sentidos, ele assegurou que não existia nada de anormal naquele dia e a situação aparentava estar tranqüila.
O jovem manifestou que acredita piamente que os desmaios não terão sido provocados por alguma substância química ou por meio da sua inalação, porque começou no pátio e alastrou-se para algumas salas que se encontram no interior do templo.
“Ficamos admirados e descartamos esta possibilidade porque o primeiro caso ocorreu num local bastante vasto (pátio) e com muita gente à volta, ao passo que os demais ocorreram nas salas que estão no primeiro andar da igreja”, justificou.
Benjamim Teixeira descartou também a possibilidade dos desmaios terem sido provocados pelo excesso de crentes no local do culto, porque havia pouca gente na sala e as crianças estavam em salas separadas em função das idades e ainda havia salas vazias.
As sete crianças que se encontravam no Hospital receberam alta na Quarta-feira, mas cerca de 45 minutos depois de terem deixado as instalações uma delas novamente desmaiou.
Os mais altos responsáveis da Igreja da Caridade ainda não sabem o que concretamente originou tal situação, porque tanto os peritos da Direção Provincial do Investigação Criminal (DPIC), como os do Ministério da Saúde e dos Serviços da Proteção Civil e Bombeiros que estiveram lá não encontraram nenhuma anormalidade.
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