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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Janot pede investigação contra Aécio, Cunha, Edinho e outros



O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) diversos pedidos de abertura de inquérito com base no conteúdo da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) à Operação Lava Jato.

Os documentos incluem pedidos de investigação contra o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ministro-chefe da secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, além do deputado Marco Maia (PT-RS) e do ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU).

Se o ministro Teori Zavascki, do STF, autorizar a abertura dos inquéritos, os envolvidos passarão a ser investigados oficialmente. 

De acordo com Delcídio, Aécio recebeu propina em um esquema de corrupção em Furnas – o tucano nega. O esquema já havia sido citado pelo doleiro Alberto Youssef, mas não houve pedido de investigação pela PGR.

“Questionado ao depoente quem teria recebido valores de Furnas, o depoente disse que não sabe precisar, mas sabe que Dimas (Toledo) operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio”, diz trecho da delação.

O esquema em Furnas também teria beneficiado Eduardo Cunha. Segundo Delcídio, a troca da diretoria dessa subsidiária da Eletrobras teria sido o início do conflito entre Cunha e a presidenta Dilma Rousseff, quatro anos atrás.

"Que atualmente em Furnas praticamente toda a diretoria é de confiança de Dilma Rousseff; que a atual diretoria é absolutamente técnica e vários nem são de Furnas; que questionado até quando durou o esquema de ilegalidades de Furnas, respondeu que até uns quatro anos atrás, quando Dilma mudou a diretoria, ou seja, até a penúltima diretoria", diz outro trecho da delação de Delcídio.

Contra Edinho Silva, que foi tesoureiro do PT em 2014, pesa a suspeita de que ele teria usado o laboratório farmacêutica EMS para pagar empresas que prestaram serviço à campanha de Dilma. Delcídio, no entanto, afirmou que a operação não chegou a se concretizar porque as agências credoras não aceitaram receber da EMS e arcaram com o prejuízo.

Já Marco Maia e Vital do Rêgo foram citados por Delcídio por cobrarem "pedágio" de empresários para que eles não fossem convocados para depor na CPI da Petrobras, que foi encerrada em 2014 - o então senador Vital do Rêgo presidiu a comissão. "Os parlamentares pediam dinheiro para os empresários em troca da derrubada dos requerimentos”, diz trecho da delação.

Fonte: Carta Capital

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