Rio - A cidade que
vai receber meio milhão de estrangeiros durante a Olimpíada deve se preparar
para a chegada de visitantes ‘indesejáveis’. São os vírus e bactérias que poderão
vir junto com as delegações de atletas e turistas dos 206 países que vão
desembarcar, em agosto, no Rio de Janeiro.
Para evitar o contágio
com novas doenças e outras reincidentes, como sarampo e poliomielite que já
foram erradicadas no Brasil, os cariocas devem procurar orientação de médicos,
atualizar cartões de vacina com as recomendações de imunização das organizações
de saúde e adquirir bons hábitos de higiene, como lavar as mãos antes das
refeições e após ir ao banheiro.
O atual surto de microcefalia,
decorrente da infecção do zika vírus e a febre chikungunya são dois exemplos de
doenças que, segundo especialistas, provavelmente tiveram seu início durante a
Copa do Mundo, no ano passado. Além da hipótese do intenso fluxo de turistas,
há ainda a suspeita de que no caso do zika vírus ele tenha sido trazida para o
Brasil por atletas da Polinésia Francesa, durante uma competição internacional
de canoagem — um dos maiores surtos da doença ocorreu naquela região entre 2013
e 2014, onde estima-se que 11% da população tenha sido infectada.
Depois das quatro
enfermidades causadas pelo Aedes aegypti _dengue, zika, chikungunya e febre
amarela_ o infectologista da UFRJ, Alberto Chebabo, alerta para o quinto vírus
que pode vir a ser transmitido pelo mosquito. “O West Nile Virus (Vírus do
Oeste do Nilo) é original dos Estados Unidos, mas pode chegar ao Brasil”,
prevê.
Chebabo enfatiza ainda
o fato de que a maior preocupação do Brasil deve ser a entrada de novos vírus.
“O problema são os vírus novos — tanto os que não existem aqui, quanto os que
nem sabemos que existem”. E exemplifica: “o coronavírus é responsável por uma
doença respiratória grave no Oriente Médio e que pode vir a ser introduzido no
país”, finaliza.
Em seu artigo ‘Alertas
a saúde em época de Copa do Mundo’, a professora de enfermagem do Centro
Universitário Amparense, Lilian Cristina Bremmer Martinez, explica que tanto a
poliomelite como o sarampo ainda são comuns em países mais pobres da África e
da Ásia.
“Além disso, há registro de poliomielite no Paquistão e na Nigéria e
casos de sarampo também na França e Espanha”, explica.
Segundo ela, os eventos
em massa geram riscos de doenças infecciosas, que tendem a ser contraídas por
vias respiratórias, por relações sexuais ou transmitidas por insetos. Em 2006,
após a Copa na Alemanha, o país sofreu surto de sarampo. Além disso, o clima de
festa possibilita encontros, inclusive, amorosos. Se na Alemanha, houve um
aumento do número de pessoas infectadas pelo HIV, no Brasil, o risco também é
real.
Fonte: O Dia
http://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2015-12-12/especialista-alerta-para-entrada-de-virus-no-rio-durante-os-jogos-olimpicos.html
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