Helena Sthephanowitz,
da RBA - Único a discursar na bancada do PSDB, ontem (9), o senador Aécio
Neves (MG), presidente do partido, defendeu Antonio Anastasia, disse que
ninguém está acima da lei, e voltou atacar a presidenta Dilma Rousseff, a quem
acusou de cometer "ilegalidades". Aécio afirmou que "ninguém
pode cometer crime impunemente" e que, após o julgamento do impeachment, a
sensação de "impunidade" deixará de predominar.
Soam como ideias fora
de lugar declarações do tucano Aécio Neves, ao dizer que "impunidade"
deixará de predominar. Aécio, como é notório, adora um aeroporto em sua
fazenda. Melhor ainda se construído com dinheiro dos cofres públicos. Ou teria
Aécio esquecido do escândalo do aeroporto construído para atender a ele e à
própria família. E nada foi investigado. Isso se chama impunidade!
Faltam a ele a bagagem
intelectual e a oratória de um Carlos Lacerda, que migrou para a direita e
morreu no relento da política. Mesmo assim, Aécio ousou: "Ninguém pode
cometer crime impunemente".
Mas e quando Aécio
estava à frente do governo de Minas e destinou uma gorda fatia de publicidade
para empresas de telecomunicações dos Neves? Não cometeu ilegalidades? É
deselegante perguntar como Aécio lida quando se encontram o público e o
privado?Isso é cometer crime impunemente!
E os R$ 23 milhões da
empreiteira via caixa dois (que corrigido pela inflação do período, equivale a
R$ 34,5 milhões), recebido por José Serra, do mesmo partido do qual Aécio é o
presidente? A impunidade vai predominar? Aécio trabalhará pelo "impeachment"
do ministro interino?
Se Aécio está tão
determinado a acabar com a impunidade, por que articulou na Comissão de
Constituição e Justiça para que seus deputados não votem pela cassação de
Eduardo Cunha? Já se foram 300 dias do início do caso Cunha e nenhuma
manifestação do PSDB contra o deputado.
Relatório da Companhia
Energética de Minas Gerais (Cemig), divulgado pela Folha de S. Paulo, ontem,
aponta que uma obra em rede de energia elétrica que corta uma fazenda da
família do senador Aécio Neves foi realizada quando o tucano era governador,
sem cobrar os R$ 240 mil (avaliados na época) ao proprietário. Regras da
estatal também teriam sido descumpridas.
O documento é assinado
por Eduardo Ferreira, superintendente de Auditoria Interna da Cemig.
Ele trata
de mudança no traçado da linha de distribuição de energia Cláudio/Carmópolis
entre as torres 18 e 22, em 2007. "Após a realização de apurações
detalhadas e do levantamento de toda a documentação, foi averiguada pela
auditoria uma falha de procedimento nessa obra, pois os proprietários (a
família de Aécio) não chegaram a ser cobrados pelo seu valor, apesar de serem
responsáveis pela execução do desvio", disse a Cemig em nota.
Quando a obra foi
feita, a Cemig era presidida por Djalma Morais, aliado de Aécio. A partir de
setembro de 2015, a estatal passou a cobrar pela obra não paga. O responsável
pela aprovação do estudo de viabilidade, Wellington Soares, disse aos auditores
que orientou o projetista a não atribuir os custos aos donos do terreno
"seguindo demanda que teria recebido de seu superior" – mas sem dar
detalhes. Que nome devemos dar a isso? Seria "gato" ou roubo de
energia elétrica? Isso sim se chama cometer um crime e ficar impune.
E o mensalão tucano,
nascido em Minas Gerais, pai tucano de todos os mensalões reais ou imaginários,
onde é que fica? O tucano Eduardo Azeredo e seus companheiros fazem de tudo
para alongar o processo para prescrever condenações.
O inquérito aberto em
2005 para investigar contratos do governo tucano de Aécio Neves (2003-2006) com
as agências de publicidade do empresário Marcos Valério está parado há 11 anos
nas gavetas do Ministério Público de Minas Gerais.
O pente-fino da
Promotoria seria em todas as operações que as duas agências de Valério (SMPB e
DNA) mantinham com o governo tucano de Minas, na primeira gestão do senador.
Onze anos desde a instauração do inquérito, não há conclusão, e o caso, na
prática, nem sequer andou. O mensalão tucano envolveu o governo de Minas, em
1998, quando era comandado por Eduardo Azeredo (PSDB).
Segundo a
Procuradoria-Geral da República, houve desvio de R$ 10 milhões de estatais
mineiras para a campanha eleitoral de Azeredo, que tentava se reeleger. Em
razão desses escândalos, o Ministério Público recomendou, em julho de 2005, a
suspensão de todos os contratos de órgãos públicos do Estado com a SMPB e DNA.
Entre 2004 e 2005, a gestão do atual senador pagou ao menos R$ 27 milhões às
agências de Valério (hoje condenado e preso) pelos contratos vigentes até
então. Aécio Neves foi governador de Minas entre 2003 e 2010.
A Promotoria pediu ao
Executivo cópias de toda a documentação desses contratos, inclusive notas
fiscais, para análise. No entanto, caixas e caixas de documentos enviados ao
Ministério Público ficaram praticamente intactas. A promotora Elizabeth
Villela, que assumiu a responsabilidade por esse inquérito, disse que em 2014
remeteu a papelada ao Conselho Superior do Ministério Público mineiro, que
solicitou o envio de todos os inquéritos instaurados até 2007 e que estavam sem
andamento.
Mês passado, o
publicitário Marcos Valério de Souza propôs ao Ministério Público de Minas
Gerais um acordo de delação premiada sobre o mensalão tucano.
"A sociedade vai
se escandalizar com o que o Marcos Valério vai revelar sobre o mensalão
tucano", disse Jean Robert Kobayashi Júnior, o advogado de Valério. Talvez
seja por esse motivo que até agora não houve interesse do MP assinar o acordo
de delação.
Seriam necessários
dias, meses, anos, para relembrar aqui todos os casos de ilegalidades,
corrupção e os crimes impunes no ninho tucano.
Não se sabe dos tucanos
emplumados qual tem sido mais infeliz e calhorda em suas manifestações. Bem, na
verdade sabe-se: Aécio Neves. Definitivamente, o fracasso eleitoral subiu-lhe à
cabeça.
Fonte: 247
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