A Justiça do Estado
americano da Carolina do Norte condenou uma mulher a indenizar a ex-esposa de
seu namorado em US$ 9 milhões, ou R$ 16 milhões, por ter provocado o fim do
casamento deles.
Cynthia Shackelford, de
60 anos, resolveu processar a amante de seu ex-marido que, segundo ela, teria
sido responsável pelo fim de seu casamento e por sua situação de penúria após a
separação.
Com base em uma lei do
final do século 19, já abolida em vários Estados americanos, a Justiça da
Carolina do Norte condenou Anne Lundquist, reitora de uma faculdade em Nova
York, a indenizar Shackelford por adultério e danos morais.
Cynthia se separou de
Allan Shackelford, de 62 anos, em abril de 2005, quando seu marido já mantinha
um relacionamento extra-conjugal com Anne Lundquist, de 49.
Após o divórcio,
Cynthia teve de ir morar com amigos por não ter como manter o apartamento.
Ela
disse ainda que abandonou sua carreira como professora para cuidar dos dois
filhos do casal, enquanto seu marido se dedicava à carreira de advogado.
O tribunal levou dois
dias para apreciar o caso, cujo veredicto foi lido na última terça-feira.
Ao jornal local News
Record, a ex-mulher contou que o casamento ia bem até seu ex-marido ter
conhecido Lundquist, que foi sua cliente no escritório de advocacia.
Nós gostaríamos que as
pessoas respeitassem a santidade do casamento. Nós queríamos um valor (de
indenização) alto o bastante para prevenir outras pessoas de irem atrás de
pessoas casadas.
Cynthia Shackelford
"Eu não fazia a
menor ideia de que Allan iria me deixar. Ele vivia me dizendo 'Oh, ela é só uma
amiga. Não há relacionamento algum. Eu te amo'", disse.
Lundquist, por sua vez,
disse à imprensa americana que não teve tempo hábil para se defender e que
pretende recorrer da decisão. Ela afirmou também que só conheceu Shackelford
quando ele
já estava divorciado.
"Essa decisão não
está baseada na realidade. Eu certamente não tenho esse volume de dinheiro nem
nunca vou ter", acrescentou.
A legislação que
permite à pessoa traída processar o amante de seu ex-cônjuge existia em
diversos Estados americanos entre o final do século 19 e o início do século 20.
Porém, ela já foi abolida na maioria deles, exceto na Carolina do Norte e em
outros cinco estados.
Segundo o News Record,
cerca de 200 casos como esse são julgados nas Cortes do Estado a cada ano.
Porém, nenhum deles atinge uma quantia tão elevada quanto a do caso
Shackelford.
Após o veredicto, Will
Jordan, advogado que defendeu os interesses da ex-mulher, reconheceu que dificilmente
conseguirão forçar a ré a pagar a quantia total de US$ 9 milhões.
"Nós podemos não
conseguir todos os US$ 9 milhões, mas eu estou esperançoso de que coletaremos
uma quantia substancial de dinheiro", declarou à imprensa.
"Nós gostaríamos
que as pessoas respeitassem a santidade do casamento. Nós queríamos um valor
(de indenização) alto o bastante para prevenir outras pessoas de irem atrás de
pessoas casadas", declarou Shackelford ao jornal local.
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