Um transexual que
empurrou um advogado que costumava se vestir como mulher em uma estação do
metrô na região central de Londres em 2010 foi condenado a cumprir pelo menos
sete anos de prisão por homicídio culposo.
David Burgess, também
chamado por amigos e família de Sonia Burgess, de 63 anos, foi empurrado para a
frente de um trem que se aproximava na estação de King's Cross em outubro de
2010.
Senthooran Kanagasingham,
também conhecido como Nina, foi condenado à prisão perpétua pela Justiça na
última quinta-feira e deve cumprir pelo menos sete anos da pena.
Kanagasingham era amigo
de Burgess, um famoso advogado defensor dos direitos humanos e dos direitos dos
imigrantes.
Antes de sua morte,
Burgess já havia sinalizado que temia pelo estado mental do amigo, e inclusive
havia indicado um médico para que ele se consultasse.
Burgess disse a amigos
próximos que Kanagasingham estava ficando psicótico e "implodindo" e
acrescentou que temia pelos efeitos dos hormônios receitados para
Kanagasingham.
O transexual, de 35
anos, estava passando por um tratamento para mudança de sexo na época em que
empurrou Burgess para debaixo do trem.
A defesa alegou que
Kanagasingham sofria de esquizofrenia paranóica.
'Calmo'
Testemunhas do momento
em que Kanagasingham empurrou Burgess afirmaram que ele parecia
"calmo" e, quando outros passageiros o cercaram, ele disse: "Sou
culpado, sou culpado, me rendo".
Um bilhete foi
encontrado na mochila usada por Kanagasingham onde o transexual afirmava estar
"deprimido e sofrendo de transtorno de identidade de gênero".
O promotor do caso,
Brian Altman, afirmou que Burgess, que tinha três filhos, tinha uma
"reputação brilhante e invejável".
Os filhos da vítima
compareceram ao julgamento, vindos do Canadá e da Coreia do Sul, onde vivem
atualmente.
Dechem, uma das filhas,
declarou que Burgess queria "romper as fronteiras e permitir que
indivíduos fossem o que quisessem desde que não ferissem ninguém".
"Em relação a
Senthooran Kanagasingham, esperamos que ele receba a ajuda que precisa, isto é
o que Sonia gostaria que acontecesse e, na verdade, ela estava tentando
ajudá-lo", afirmou uma declaração divulgada pela família de Burgess.
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