Bom meus amigos, hoje venho discutir um assunto que parece que nunca acabará, que e o desrespeito ao profissional enfermeiro pela sociedade como um todo, principalmente em se tratando de Brasil. Desrespeito esse que podemos ver em todas as esferas, desde o governo que enquanto concede “ benefícios” como redução de carga horária para outros profissionais da saúde, para os enfermeiros reluta em aceitar a redução de carga horária de 30 horas que a enfermagem vem lutando a tempos.
Desrespeito esse vindo dos setores que são formadores de opinião, onde na TV vemos personagem que na historia seriam enfermeiros, mas no desenrolar dos capítulos os autores não tem a menor preocupação em abordar de forma verdadeira o que seria um enfermeiro. Posso citar vários exemplos, como na novela “ Viver a Vida”, em que a personagem da atriz Aline Moraes, fica tetraplégica e passar a contar com serviços de uma “ enfermeira”. Enfermeira essa que na trama somente servia para empurrar a cadeira de rodas da personagem, que não era capaz nem de dar orientações sobre prevenção de feridas por pressão, que na trama quem deu as devidas explicações foi uma fisioterapeuta.
Outro exemplo são os jornais, que para mim chega a ser pior, porque o jornalista deveria ter a obrigação em dar a noticia de forma completa e respeitosa. Também posso dar vários exemplos, como no caso da menina de 12 anos que morreu em São Paulo após receber vaselina na veia por uma auxiliar de enfermagem. Os jornais quando deram a noticia estamparam com letras garrafais:” ENFERMEIRA MATA MENINA APÓS INJETAR VASELINA NA VEIA”. Ou seja não se preocuparam em informar que não se tratava de uma enfermeira, profissional de nível superior, e sim de uma auxiliar de enfermagem, profissional de nível fundamental.
Ontem vimos outro exemplo, os jornais e sites, como o “ extra online” e o portal “ SRZD” mostraram o caso de uma mulher que sofreu uma reação alérgica de um medicamento receitado por uma enfermeira. Na reportagem em questão os jornalistas foram buscar a opinião do conselho regional de medicina sobre o caso, que logicamente metralharam a enfermagem, já que e sabido que os médicos tem se esforçado em tomar para si a área da saúde como um todo, tanto que estão tentando de todas as formas a implementação do “ ato medico”, que colocará um cabresto em todos os profissionais da área da saúde.
Da mesma forma que procuraram o CRM, deveriam também ter ouvido o COREN. Com texto bastante preconceituoso, já que não tiveram a menor preocupação em colocar os dois lados, quem “ defendeu” a enfermeira foi a secretaria municipal de saúde. No caso em questão a reação alérgica não foi culpa da enfermeira, pois o medicamento estava no protocolo que o município dispõe para a prescrição de enfermagem. Qualquer medicamento pode provocar uma reação alérgica, isso e algo imprevisível, que mesmo que fosse um medico que tivesse prescrito o resultado seria o mesmo, mas ai ninguém jogaria pedra no medico, diriam se tratar de uma fatalidade.
Vemos também a falta de respeito com o enfermeiro pela sociedade civil, o enfermeiro passa 24h ao lado dos pacientes trabalhando em sua recuperação, juntamente com sua equipe de técnicos, mas na hora da alta, os agradecimentos vão ao medico, que muitas vezes mal olha no rosto de seu paciente. Nos postos de saúde vemos mulheres se recusando que um enfermeiro faça seu exame preventivo, dizem:” Se fosse um medico ainda vai, mas eu não abro minhas pernas para um enfermeiro”.
Eu pergunto: Qual motivo para tanto menos preso a este profissional? O enfermeiro estuda, 5 anos nas faculdades para se formar um enfermeiro, estuda disciplinas comuns a outras profissões da área da saúde, como: anatomia, bioquímica, fisiologia, biofísica, histologia, citologia, embriologia, genética, epidemiologia, farmacologia, microbiologia e imunologia, parasitologia, alem de suas disciplinas especificas, como semiologia em enfermagem, etc..
No caso citado acima, a reportagem foi bem tendenciosa ao abordar que a reação alérgica da mulher foi porque o medicamento ter sido prescrito por uma enfermeira, eles não procuram saber que nos enfermeiros estudamos farmacologia, não somos leigos. O engraçado e que criticam a prescrição de medicamentos por enfermeiros, mas não falam nada pela prescrição por dentistas! Sim os odontólogos prescrevem medicamentos. Algumas semanas atrás eu estava com dor na mandíbula devido a uma lesão temporomandibular, a cirurgiã dentista, me prescreveu “ mioflex”, que e um anti-inflamatorio e relaxante muscular.
Porque os médicos não falam sobre essas prescrições de destistas? Afinal de contas os dentistas não estudam seis anos como os médicos e nem todas as faculdades de odontologia são em período integral. Porque a população também não duvida dessas prescrições quando vão ao dentista?
Na realidade a sociedade esta engessada, pela cultura imposta pelas classes dominantes,e essas profissões elitistas( medicina e odontologia) se protegem ao mesmo tempo que tenta impedir o progresso de outras, e a sociedade por ignorância compra essa idéia que os médicos são os donos da razão e do conhecimento, os dentistas são os “ doutores” da boca, enquanto o resto e resto.
Em outros Paises a enfermagem tem tido uma ótima evolução, nos Estados Unidos, por exemplo, o enfermeiro, em alguns Estados, podem se especializar em anestesistas, coisa que no Brasil, somente medico pode fazer tal especialização. Se um enfermeiro fosse pleitear isso aqui, os médicos com ajuda da população nos queimariam vivos, assim como as “ bruxas” foram queimadas na época da “ santa inquisição”!
Espero como estudante de graduação da enfermagem, que um dia a sociedade desperte dessa manipulação que as classes dominantes ainda hoje mantém em nosso Pais, descobrindo dessa forma que existe vida inteligente fora do planeta dos médicos.
Por Uanderson.
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