NOVA YORK - O
predomínio do poder no oceano Pacífico muda com rapidez. Se as pequenas ilhas
do sul do Pacífico eram guiadas pela costa californiana dos Estados Unidos,
agora sua referência é a China. Isso explica porque Samoa decidiu “mover” a
linha imaginária que marca o fuso horário e a mudança de datas em seu
calendário. Um salto para o futuro, que será acompanhado pelas Ilhas Tokelau.
Samoa é o último dos
territórios a fechar cada dia. Isso a coloca a 18 horas de Pequim, 11 de Madri
e cinco de Nova York. Desafiando os deuses e correndo o risco de irritá-los,
segundo o aviso de religiosos, essa mudança pretende colocá-la entre os
primeiros a saudar os novos dias. A ilha saltará do dia 29 para o dia 31 de
dezembro e ficará três horas a frente de Sydney.
Os 193 mil samoanos
perderão a sexta-feira, dia 30, enquanto dormem. Um lance similar ao que se
experimenta quando se cruza a Linha Internacional da Data, mas sem sair da
cama. Os 1.200 habitantes de Tokelau devem segui-los, por causa de sua
vinculação administrativa com Samoa. A mudança não inclui, entretanto, a Samoa
Americana, que continuará do lado que se despede dos dias.
Esse é mais um exemplo
de como os Estados Unidos estão perdendo sua influência no mundo. Quando se definiu
o traçado em 1884, Samoa estava no lado oriental da linha. Oito anos depois,
optou por passar ao lado americano, para facilitar o comércio com a maior
potência do planeta. Agora, pesa o fato de sua posição fazer perder dois dias
de negócio com Austrália, Nova Zelândia e China.
“Perderão o 30 de
dezembro de 2011, mas ganharão grandes oportunidades para fazer negócio”,
assinala um artigo publicado no “Diário do Povo”, jornal oficial do Partido
Comunista chinês, que não ignora o poder que o país está ganhando no sul do
Pacífico.
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