A enfermagem e a
profissão que reúne o maior contingente de profissionais da área da saúde,
composto de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, é uma profissão
que ate pouco tempo atrás tinha fama de render boa empregabilidade, e por conta
desta fama, a enfermagem vive uma período de saturação devido grande procura
por cursos da área por pessoas que desejam ingressar logo no mercado de
trabalho.
Devido à estagnação econômica
que o Brasil se encontra outras profissões da área da saúde também passa por
falta de vagas e isso fez muitos profissionais migrarem para a enfermagem
aumentando ainda mais o numero de pessoas formadas buscando uma recolocação no
mercado. Aliado a isso a explosão de cursos técnicos e faculdades com qualidade
duvidosa colaboraram para o atual cenário da enfermagem no Brasil.
Segundo o mais recente estudo
que traça
perfil da enfermagem no Brasil realizado pelo Fiocruz , mostra saturação do
mercado de trabalho na enfermagem, ou seja, o que ate pouco tempo atrás não era
comum, o desemprego entre o profissionais da área, pelo contrario, dificilmente
um profissional da enfermagem, seja técnico ou enfermeiro tinha apenas um
emprego, atualmente é visto filas intermináveis a cada anuncio da vaga em algum
hospital e muitos candidatos tentando uma vaga, muitos recém formados, que são
os mais afetados pelo desemprego na atual fase da profissão.
Essa e uma das reclamações
mais comuns nas filas de processos seletivos, a exclusão dos que não tem experiência.
Em um desses processos seletivos, conversando com uma candidata, ela relatou
que tinha concluído o curso de graduação a mais de dois anos, e ate agora nada,
segundo ela: “só entra quem tem indicação”. Num ponto ela concorda, que um dos
causadores da falta de vagas e o excesso de profissionais na área que ela
relata como: “Hoje todo mundo quer fazer enfermagem, pensando no emprego fácil,
mais ai depois que se forma, quebra a cara”.
Para tentar diminuir
essa fase de saturação e sucateamento da profissão, o COFEN, conselho
fiscalizador da enfermagem vem implementando algumas medidas, como combatendo a
proliferação desordenada de cursos de enfermagem que neste mês foi publicado o decreto
nº 8754/2016, da presidente Dilma Rousseff, alterando as normas para abertura
de cursos de Enfermagem, entre outras profissões regulamentadas. Tal decreto
torna obrigatório parecer opinativo dos conselhos profissionais e
precisará de autorização do Ministério da Educação, após prévia manifestação do
Conselho Nacional de Saúde a abertura de novos cursos de enfermagem.
Antes apenas os cursos de
graduação em Medicina, Odontologia, Psicologia contavam com tal prerrogativa,
os cursos de enfermagem eram abertos de forma deliberada sem avaliação da real
necessidade em relação ao quantitativo de profissionais atuantes em determinada
localidade. Agora para que sejam abertos
novos cursos de enfermagem será necessário
aval do COFEN, Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Saúde, valido
para qualquer instituição de ensino , inclusive em universidades e centros
universitários.
Outra medida importante
é o fim dos cursos de enfermagem a distancia, e inadmissível que uma profissão
que lida com vidas seja ensinada via EAD. Mas de todas essas medidas sem
duvidas a mais significativa foi a criação do exame de suficiência para exercício
da profissão aos formandos da enfermagem. O Projeto de Lei 4930/2016,
apresentado pelo deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) com apoio do Conselho
Federal de Enfermagem visa melhorar a qualidade da assistência prestada a
população pelos profissionais da enfermagem, sendo obrigatório a realização de
uma prova que seria similar ao exame da OAB aos bacharéis em direito para poder
advogar.
Essa medida sem duvidas
vai separar da profissão os que só querem um diploma daqueles que realmente então
entrando na enfermagem para somar e prestar um serviço de qualidade a população
e de quebra amenizar essa “superpopulação” que a enfermagem esta enfrentando no
momento, com o desemprego como resultado.
Por Uanderson de
Aquino.
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