Dados divulgados nesta
sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram
que a economia brasileira cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre deste ano
em relação ao mesmo período anterior, frustrando expectativas de que os vários
estímulos adotados pelo governo federal neste ano surtissem efeitos mais
profundos.
Na comparação com o
mesmo trimestre de 2011, a expansão foi um pouco maior, de 0,9%.
Os únicos destaques
positivos na relação entre o terceiro e o segundo trimestres deste ano foram o
setor agropecuário, com crescimento de 2,5%, e a indústria, com 1,1%. O setor
de serviços encerrou o período em estagnação.
Quanto à demanda, os
investimentos, considerados fundamentais para que o país obtenha um ciclo de
crescimento mais duradouro, caíram 2%, sua quinta redução consecutiva. Houve,
porém, aumento de 0,9% no consumo das famílias.
As exportações
cresceram 0,2%, ao passo que as importações, descontadas do cálculo do PIB,
caíram 6,5%.
A maioria das
consultorias e instituições financeiras esperava que o PIB (Produto Interno
Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país) crescesse em torno de 1,2%
no terceiro trimestre, reagindo às ações do governo federal para aquecer a
economia.
Segundo o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, o resultado indica que as medidas governamentais ainda
não surtiram todos os efeitos. Mesmo assim, ele diz que o crescimento de 0,6%
indica que a "economia brasileira está em trajetória de recuperação e
aceleração do crescimento".
"No primeiro
semestre, houve crescimento de 0,1% e, no segundo, de 0,2%. Portanto, a
recuperação está ocorrendo, e principalmente nos setores que mais nos
preocupavam, o industrial e o agropecuário", afirmou.
Em nota, o Banco
Central disse que "a indústria e a agropecuária, em certa medida,
mostraram reação aos estímulos introduzidos na economia, e a estabilidade do
setor de serviços refletiu eventos que tendem a não se repetir".
Segundo o banco, porém,
"a lenta recuperação da confiança contribuiu para que, até o momento, os
investimentos ainda não mostrem reação aos estímulos introduzidos na
economia."
Segundo o último
Boletim Focus do Banco Central, que reúne projeções do mercado, a economia
brasileira crescerá 1,5% em 2012.
Para o economista
Antonio Madeira, da consultoria LCA, a menos que os índices de investimento
reajam, a economia brasileira continuará com crescimento baixo nos próximos
trimestres.
Ele prevê, no entanto,
um cenário mais otimista no próximo ano. Segundo ele, deverá haver uma
estabilização na taxa de investimento nos próximos meses em virtude de algumas
medidas adotadas pelo governo.
Entre elas, cita a
adoção da depreciação acelerada na compra de bens e equipamentos neste ano.
A depreciação acelerada
é um mecanismo que permite a indústrias que invistam em bens e equipamentos uma
redução no imposto a pagar. A medida tende, portanto, a estimulá-las a se
equipar.
Outra ação do governo
foi a criação de uma linha do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social) com juros anuais baixos (2,5% ao ano) para quem comprar
caminhões, máquinas e equipamentos.
"São incentivos
fiscais e de créditos muito importantes, que devem alavancar vendas e
investimentos neste fim de ano", afirma Madeira.
Ele espera ainda
tendência de melhora no próximo ano em razão dos seguintes motivos: crê que o
consumo das famílias manterá boa performance; que o BNDES continuará oferecendo
linhas de crédito com juros baixos, que a economia global apresentará ligeira
melhora e que o setor público brasileiro aumentará os investimentos.
Recentemente, os
Estados receberam autorização para aumentar seu endividamento em quase R$ 60
bilhões. Madeira acredita que boa parte dos novos gastos, que poderão ser
financiado com linha de crédito do governo federal, serão em infraestrutura.
"O ano que vem é o
momento para começar obras que serão concluídas em 2014, um ano
eleitoral."
Fonte: BBC Brasil
Opinião
Essa noticia
e preocupante, pois mostra que o Brasil esta entrando em uma recessão. Espero que
a presidente e sua equipe econômica consigam reverter antes que a situação
torna-se desastrosa, como esta ocorrendo nos Paises europeus.
Uanderson
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