O PT vai lançar a
pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do Estado do Rio com uma
grande mobilização da militância em fevereiro, antes de deixar o governo Sérgio
Cabral (PMDB). Por determinação do comando nacional petista, o diretório
estadual aprovou ontem a entrega dos cargos somente em março, quando Cabral
encerrará o segundo mandato e dará lugar ao vice-governador e pré-candidato do
PMDB ao Palácio Guanabara, Luiz Fernando Pezão.
Segundo o presidente do
PT-RJ, Washington Quaquá, o diretório regional aprova a resolução com a
ressalva de que "a relação do partido com o governo Cabral está
politicamente esgotada".
Também será formalizada
a decisão de intensificar as negociações com outros partidos para escolha dos
candidatos a vice e ao Senado na chapa de Lindbergh.
"Não vamos arrumar
briga desnecessária com o diretório nacional do partido. Sabemos que o projeto
de reeleição da presidente Dilma Rousseff é importante. Mas vamos mudar o tom.
Para nós, a aliança com o governo Cabral está morta. O defunto vai demorar 40
dias para ser enterrado, é mais sofrimento para a família.
Mas vamos tratar da
nossa vida, formar nossas alianças, discutir com a sociedade o programa de
governo", disse Quaquá.
O PT fluminense briga
desde novembro pela saída do governo Cabral, onde ocupa duas secretarias - de
Assistência Social e Direitos Humanos e do Ambiente - e cerca de 150 cargos
comissionados. No entanto, o desembarque petista tem sido adiado pelo comando
nacional da legenda, com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Amigo
do governador do Rio, Lula argumenta que o rompimento com Cabral, importante
aliado de Dilma Rousseff no Estado, pode ser prejudicial para a reeleição da
presidente.
A briga entre o PT e o
PMDB do Rio se arrasta desde o ano passado. O PMDB ameaça não apoiar a
reeleição de Dilma se Lindbergh não desistir da disputa. O PT nacional, embora
empurre a saída do governo estadual para o fim da gestão Cabral, garante que a
candidatura do senador petista está consolidada. Na semana passada, Quaquá
ofereceu ao PMDB a candidatura ao Senado na chapa de Lindbergh. Os
peemedebistas recusaram e responderam na mesma moeda: disseram que Cabral
estaria disposto a abrir mão da candidatura ao Senado em nome da manutenção da
aliança PMDB-PT em apoio a Pezão. "Nós oferecemos o Senado e eles não
aceitaram. A patente desta proposta é nossa", reage Quaquá.
O presidente do PT-RJ
diz que o vai intensificar o diálogo com os recém- fundados SDD e PROS e com PC
do B, PDT e PSD. Quaquá promete para fevereiro um grande evento de lançamento
da candidatura de Lindbergh. "Vai ser uma agitação, coisa para muita
gente. Vamos botar nosso bloco na rua", diz Quaquá.
O coordenador do
programa de governo de Lindbergh, deputado Jorge Bittar, diz que não vale a
pena enfrentar o diretório nacional no momento em que estão em curso
entendimentos para a reeleição da presidente e mudanças no ministério.
"Um sacrifício
inaceitável seria renunciar à candidatura de Lindbergh. Mas o diretório vai
ratificar a pré-candidatura e não haverá insegurança para os partidos com quem
estamos conversando. Aceitamos os argumentos do diretório nacional.
Em março, não vamos
sair do governo em uma posição de confronto, mas mostrando que queremos dar um
passo à frente nas políticas públicas do Estado", diz Bittar.
Fonte: O Mossoró
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