Jaime Sabino, o mais
famoso "papagaio de pirata" do Brasil, faleceu nesta quinta-feira,
aos 83 anos, no Hospital de Ipanema, após sofrer um infarto. O corpo de
Jaiminho, como era carinhosamente chamado, será sepultado nesta sexta-feira, às
15h, na capela K do Cemitério do Caju, na Zona Portuária.
Ele presenciou pelos
menos 1.150 enterros de celebridades, como Chacrinha, Daniela Perez, Tancredo
Neves, Oscarito, Cazuza, Nelson Gonçalves, General Ernesto Geisel, Roberto Marinho,
General Médici, Jorge Lafond, Tim Maia e Irmã Dulce, entre muitos outros. O
último enterro de celebridade a que compareceu, até hoje, foi o do arquiteto
Oscar Niemeyer, em dezembro de 2012.
Saber como ele estava
sempre em cima do lance é um mistério. Dono de mais de 300 ternos e outras
tantas gravatas, Jaime Dias Sabino dedicou a vida a monitorar onde estariam as
câmeras de jornais e TVs para tirar uma casquinha. Em sua casa, no Rocha,
colecionava mais de 300 mil aparições. Nas imagens, era possível vê-lo com
Xuxa, Angélica, Itamar Franco, em treinos de futebol e em matérias de tragédia.
Jaime veio da Bahia aos
7 anos, fugido de uma educação repressora. O enterro de Getúlio Vargas, em
1954, foi seu primeiro. Amor à primeira vista. “Vi que era bom; me sinto
orgulhoso de prestigiar alguém importante. Se não vou lá e não seguro o caixão,
fico triste”, disse em entrevista para a coluna As Caras do Rio , de O DIA , em
fevereiro de 2013. Ele dizia gostar de sentir o peso do morto.
Nos anos 1960, Sabino
iniciou sua vida como funcionário público na Prefeitura de Nilópolis. Chegou a
fundar um certo Sindicato dos Papagaios de Pirata. Em 2010, concorreu a
deputado estadual, tendo como bandeira justamente a regulamentação da profissão
de papagaio de pirata.
Ex-funcionário da
Prefeitura de Nilópolis, ele colecionava muitos "causos" curiosos. No
enterro da atriz Dina Sfat, por exemplo, caiu dentro do túmulo com o então
prefeito Marcello Alencar. No do ex-presidente Castelo Branco, pegou no caixão
errado.
Além de adorar aparecer
em reportagens, também teve faceta como ator. Estrelou mais de 40 filmes e
fotonovelas. Este ano foi homenageado no documentário “Aqui jaz Jaiminho”, de
Alex Teixeira. Jaime era viúvo, deixa dois filhos, quatro netos e dois
bisnetos.
Fonte: Foto: João Laet / Agência O Dia
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