Há um tempo atrás
postei aqui no blog um texto em que faço uma reflexão de onde nosso País vai
parar com a intromissão cada vez maior de grupos religiosos na condução de
nossas políticas.
Em todas as nações democráticas,
existem partidos para “todos os gostos”, desde os mais conservadores aos
liberais. Mas em qualquer nação saudável, na hora das decisões políticas, as
diferenças religiosas precisam sair de cena e entrar o dialogo em que o
interesse da nação como um todo seja o ponto chave, e não interesses de grupos
distintos se sobressaindo aos demais, principalmente quando se trata de grupos
religiosos.
A diferença entre uma
nação laica de uma nação teocrática e que uma não tem uma religião predominante
e portanto os interesses religiosos não podem interferir na condução do País.
Esses grupos, assim como tantos outros, podem ser ouvidos, mas suas ideologias
não podem ser a opinião final. Já os teocráticos não tem conversa, a bíblia, o
alcorão e a lei. Isso ocorre em varias nações, como o Irã, onde uma mulher
considerada adultera pode ser condenada a morte por apedrejamento em praça
publica.
Na idade media a Igreja
Católica tinha esse poder, de mandar queimar as consideradas bruxas, e muitas
dessas “bruxas” eram pessoas que iam contra aquilo que o clero determinava. Então
a melhor forma de se livrar de uma pessoa indesejada ao sistema era mandar para
a fogueira.
Séculos se passaram, e
hoje o Brasil parece voltar à idade media, onde a religião sorrateiramente
começa a mandar no País, mudam-se apenas os atores, dos católicos para os evangélicos.
Isso devido a interesses eleitorais (de olho nos votos dos membros de tais
religiões) os mandatários desta nação vem dando mais e mais espaço a esses
grupos, que hoje já possuem ate ministérios em Brasília.
Esse grupo por sua vez
já tem poder de mídia, onde um desses possui uma emissora de TV que tem ambição
de chegar à liderança de audiência. Dono de poder de mídia, e com um grande “rebanho”
ao seu controle na “Fe”, quem vai dizer não a esse homem?
É isso que vem
ocorrendo. Nesta semana, segundo matéria da Veja Online, na coluna "Radar" a bancada evangélica do
Rio de Janeiro tiveram grande influência no adiamento da votação do projeto de
lei na Assembléia Legislativa do Rio que prevê multa aos estabelecimentos
comerciais que discriminarem gays. Segundo a revista o pastor Abner Ferreira, e o
maior apoio evangélico para as eleições de 2014 por Luiz Fernando Pezão
que será o candidato de Cabral na eleição para governador.
Na matéria a Veja
informa que esse deputado disparou telefonemas para deputados pedindo o adiamento
da votação. Os pastores Edino Fonseca e Samuel Malafaia também atuaram
fortemente contra o tal projeto. Segundo a matéria da Veja, com 117 emendas, o
projeto de Cabral foi retirado de pauta.
Vê-se desta forma a
articulação obviamente focados a interesses desses grupos religiosos em
detrimento a população como um todo, pois qual e o problema do projeto para que
tivesse tanto interesse assim de ser arquivado? Muitos podem dizer: Há o
projeto atende a interesses dos gays que não são melhores que os demais cidadãos.
Eu não vejo desta
forma, o projeto prevê multa contra a discriminação de um publico que sofre
discriminação de todo o tipo em todos os lugares. Acho que uma lei dessa seria
desnecessária se vivêssemos em um País onde uns respeitassem os outros, mas não
e isso que vemos.
Vivemos em um País onde
idoso precisa chamar a policia para conseguir sentar na poltrona dos ônibus, poltrona
amarela, criada principalmente para os idosos, mas os jovens sentam o rabo nelas
e fingem que estão dormindo quando um idoso entra no coletivo. Um País onde foi
necessário criar uma lei na segunda maior metrópole nacional para multar quem
prefere jogar lixo no chão ao invés da lixeira.
Já chegamos ao ponto
que uma artista ao dizer em uma rede social que é espírita e foi bombardeada
por internautas! Sinto que estamos nos transformando em um Irã. Vamos ver quem será
o primeiro a ser condenado ao apedrejamento em praça publica. Espero não estar
vivo para ver isso!
Por Uanderson de Aquino
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