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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Por que alienígenas não respondem a nossas mensagens?


A artista Carrie Paterson sempre quis enviar mensagens para o espaço, na esperança de que alguma espécie alienígena entrasse em contato com a Terra. Mas ao contrário da maioria das experiências até agora – de envio de mensagens com som e imagem – ela acha que é preciso mandar um recado diferente: com cheiro.

Para ela, os cheiros da humanidade – aromas florais, fedor de fezes ou odor de gasolina – definem muito do que é a vida na Terra. O olfato seria uma forma primitiva de contato entre espécies no planeta, e poderia servir bem para um primeiro contato com extraterrestres.

A ideia da artista é uma entre várias em uma discussão antiga. Desde que a humanidade inventou o rádio e a televisão, mensagens têm sido enviadas ao espaço, na esperança de alguém receba.
Neste mês um encontro na Califórnia da entidade SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), que busca alienígenas, discutiu a proposta de Paterson e outros especialistas no assunto. A conferência Comunicando Através do Cosmo reuniu astrônomos, artistas, linguistas e antropólogos para debater se a humanidade está mandando a mensagem errada.

Uma das propostas mais antigas de comunicação com alienígenas foi feita no século 19 pelo matemático Carl Gauss, que queria cortar árvores em uma floresta densa. Sua ideia era formar um triângulo que pudesse ser visto "da Lua ou até de Marte". O astrônomo Joseph von Littrow propôs uma mensagem semelhante, só que com querosene queimado na água à noite.

No século 20, há 40 anos, o telescópio de Arecibo, em Porto Rico, enviou uma mensagem de 1.679 bits que formava uma imagem semelhante a de um jogo do Atari. A esperança era que o recado viajasse por 21 mil anos até o fim da Via Láctea.

Pouco antes disso, a Nasa havia enviado as sondas Pioneer 10 e 11 contendo uma caixa metálica com desenhos de um homem e de uma mulher.

Mas para muitos, os recados enviados até hoje são incompreensíveis.

"Desenhos lineares de homens e mulheres são legíveis apenas por humanos contemporâneos", diz o designer Marek Kultys.

Um recado é ainda mais difícil de ser decifrado. Há 35 anos, a Voyager portou um disco de ouro com mensagens em 55 línguas. Mas qual alienígena teria um toca-discos, ainda mais com a rotação correta? Aliás, quantas pessoas na Terra possuem toca-discos hoje em dia?

BBC Brasil

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