A Polícia Civil
investiga morte decorrente de suposta omissão de socorro no principal parque
aquático da cidade, o Rio Water Planet, em Vargem Grande, na Zona Oeste.
Segundo o delegado Marco Cipriano, o inquérito instaurado no dia 22, na 42ª DP
(Recreio), como remoção do cadáver de Natália Soares Silva Nascimento, de 14
anos, pode incriminar o corpo médico do estabelecimento. Isto porque
depoimentos de testemunhas apontam que a menina agonizou por cerca de meia
hora, à beira de uma piscina, sem atendimento, até ser levada para o Hospital
Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde foi declarado o óbito.
Segundo a mãe da
adolescente, Verônica Soares, Natália participava de excursão com amigos da
igreja evangélica que frequentava. Relatos dão conta de que, ao descer de uma
das corredeiras, por volta das 16h, ela teria ingerido grande quantidade de
água e começado a passar mal. “Pelo que os colegas de várias idades disseram,
os socorristas demoraram pelo menos meia hora para chegar e a levaram para um
ambulatório a portas fechadas, onde permaneceram por mais 20 minutos”, contou
ela, emocionada, que afirma não ter recebido qualquer contato por parte da
direção do parque. Às 17h58 do dia 22, pouco depois de Natália chegar ao
Lourenço Jorge, a família recebeu a notícia da morte.
“Quando cheguei ao hospital, vi o corpo, e
ninguém se aproximou, sequer para um abraço”, disse Verônica. O delegado
solicitou imagens de câmeras de segurança e pretende ouvir o corpo médico nos
próximos dias. “Precisamos saber se, de fato, havia salva-vidas no local e o
motivo para esta demora na remoção. Realizaremos diligências no local e não
descartamos uma reconstituição para entender como se deu a dinâmica. É
fundamental antes de qualquer conclusão”.
A delegacia aguarda
ainda o resultado do laudo feito pelo IML que apontará a causa de morte de
Natália. Procurada, a assessoria de imprensa do parque não foi encontrada. Contatada,
a gerência do Rio Water Planet não apresentou qualquer explicação à reportagem
para a série de perguntas feitas.
Enquanto as
investigações não são finalizadas, jovens amigos que a viram dar seus últimos
suspiros dizem reviver a cena diariamente. “Desde então, nos encontramos e
rezamos. Ainda não consegui dormir sem pensar nisto”, disse jovem da igreja.
Fonte: O Dia Online
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