Algum tempo atrás os
concursos públicos eram um sonho de consumo de muita gente, talvez nem tanto
pelo salário, mas pela estabilidade de emprego que o serviço publico oferece.
Para algumas áreas profissionais,
os concursos eram a forma mais democrática, e de certa forma acessível ao
mercado de trabalho pelos profissionais recém formados que ao procurarem
emprego se deparam com a exigência nem sempre compreensível da experiência
profissional.
Os profissionais da saúde
são os que mais sofrem dificuldade na inserção no mercado de trabalho, e por
isso quando abre um concurso a disputa por uma vaga e sempre disputada. Para
entrar nessa briga por um emprego publico além de estar preparado
intelectualmente o candidato precisa estar disposto a gastar dinheiro com as
altas taxas que as empresas vem exigindo nesses concursos.
Com a privatização dos
hospitais públicos, estaduais e municipais do Rio de Janeiro os concursos
ficaram mais raros, em seu lugar surgiram os processos seletivos simplificados
promovidos pelas organizações sociais que agora administram esses hospitais e
que vem cobrando um valor muito alto nas taxas de inscrições destes “mini
concursos”
Mini concursos porque
não ira garantir aos aprovados nesses processos estabilidade de emprego, ate
porque essas organizações sociais são empresas terceirizadas, assim como outras
já em atividade, seus funcionários que passaram nesses processos seletivos não
são funcionários da prefeitura ou do estado.
Ou seja quem faz um
processo seletivo para trabalhar em um hospital publico estadual administrado
pelo IABAS ( Instituto de Atenção Básica
e Avançada à Saúde) não será servidor do estado e sim funcionário do IABAS.
Por esse motivo esses
processos seletivos nem deveriam ser cobrados aos candidatos, pois isso abre um
precedente para que um dia outras empresas do setor privado passem a cobrar
taxas para quem quiser se candidatar a uma de suas vagas.
O IABAS por exemplo que
estava com um processo seletivo aberto no mês passado estava cobrando taxa no
valor de 85 reais para candidatos de nível superior. Para se ter uma idéia da
desproporção, o ultimo concurso da secretaria municipal de saúde do Rio de
Janeiro que oferecia vagas em cargo publico efetivo, cobrou 60 reais para
candidatos com nível superior.
O cargo de enfermeiro
foi o mais disputado com mais de vinte mil inscritos, o que demonstra como essa
área profissional esta com o mercado de trabalho saturado. Mas voltando ao
assunto, acho que os órgãos de fiscalização estão deixando passar essa situação
como despercebida, mas já esta escandalosa, cobrando taxas muito altas para o
tipo de processo seletivo que o correto seria não cobrar nada, oferecendo
outras alternativas de seleção destes candidatos.
Além disso ainda estão
exigindo experiência profissional para atividades que em concursos públicos propriamente
ditos não costumavam exigir, o que esta fechando as portas de empregos para
muitos candidatos, principalmente os recém formados que agora contam com a
ajuda da sorte ou quem sabe de um pistolão!
Por UAN Noticias
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