Rio de Janeiro - Brasil

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Medicos Cubanos vão para o Norte e Nordeste


A maioria dos médicos cubanos (74%), que chegarão ao Brasil na próxima segunda-feira (26), vão trabalhar nas regiões Norte e Nordeste, informou ontem o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. 

"A vantagem dos acordos bilaterais é que eles estão vindo para aqueles locais onde o Brasil indica que é preciso um médico. São regiões que não foram escolhidas pelos médicos brasileiros nem estrangeiros", explicou. O secretário participou, durante a manhã, de um encontro preparatório sobre o Programa Mais Médicos com representantes de prefeituras paulistas.

Os 400 cubanos, que devem chegar ao Brasil no final de semana, são a primeira leva de um total de 4 mil que estarão trabalhando no País até o final deste ano. O grupo supre menos de um quinto das necessidades apontadas por essas cidades ao Mais Médicos. Juntas, as cidades pediram 2.140 profissionais, e o ministério ainda estuda quais serão atendidas nesse primeiro momento.

A maioria delas, 74%, fica nas regiões Norte e Nordeste, sendo que 121 ficam no Piauí, 108 na Bahia e 90 no Maranhão. Os médicos estrangeiros que chegam esse final de semana - não apenas os cubanos, mas outros 243 estrangeiros que fizeram inscrições individuais - começam na segunda-feira, 26, três semanas de treinamento em universidades brasileiras em oito capitais: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza. 

A chegada às cidades de destino acontece na segunda quinzena de setembro.

Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu a contratação dos médicos cubanos durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. "Essa decisão foi tomada considerando-se o melhor serviço possível, não tem uma motivação ideológica", afirmou. "Existem muitos médicos cubanos dispostos a fazer esse trabalho. Talvez não tenham tantos austríacos, por exemplo."

Patriota foi questionado pelo deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que é médico, sobre se havia algum tipo de acordo, um "escambo" entre Brasil e Cuba para trocar investimentos, como a construção do Porto de Mariel, financiado pelo governo brasileiro, e a vinda dos médicos. 

"Não existe "escambo", isso nunca nos passou pela cabeça. São iniciativas totalmente distintas. O Mais Médicos trata da carência de médicos no País. Muitos países recorrem à vinda de médicos estrangeiros, é algo aceito internacionalmente como uma estratégia de saúde", afirmou.

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