Líder de uma entidade
que tem se oposto à "importação" de médicos sem revalidação do
diploma no Brasil, o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul
(Simers), Paulo de Argollo Mendes, tem dois filhos, também médicos, formados em
Cuba. Paulo Clemente de Argollo Mendes e Marco Antônio de Argollo Mendes
cursaram medicina no Instituto Superior de Ciências Médicas de Camagüey entre
1997 e 2004 e estão registrados no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande
do Sul (Cremers).
A família não comenta o
assunto em entrevistas, mas Argollo Mendes, o pai, em resposta a uma consulta
da reportagem, emitiu nota na qual destaca que não há qualquer incoerência
entre o discurso que faz e a formação dos filhos. "O presidente do
Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes, faz
questão de se pronunciar e reiterar que a sua posição pessoal e a do Simers são
exatamente as mesmas das entidades médicas nacionais", diz o texto.
"Seus filhos revalidaram o diploma no Brasil, tal como preconizam todas as
entidades médicas".
Quando os irmãos Mendes
foram estudar em Camagüey, um acordo entre Brasil e Cuba previa o registro
automático dos diplomas de quem se formasse em universidade de um dos dois
países. Quando voltaram, o pacto não vigorava mais. Havia sido extinto em 1999.
Os dois médicos pediram a revalidação à Universidade Federal do Ceará (UFC)
quando a instituição abriu edital para os interessados, em setembro de 2005.
A universidade informou
nesta segunda-feira que, diante da exigência que fez, de alguns complementos
curriculares, os irmãos cursaram as disciplinas que faltavam na Universidade do
Sul de Santa Catarina (Unisul) e encaminharam o novo histórico escolar em
agosto de 2008. Em setembro daquele ano tiveram seus diplomas validados no
Brasil.
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