Na última quinta-feira,
a dona de casa Aldenora Costa, 43 anos, faleceu após passar mais de uma semana
aguardando por uma UTI com hemodiálise em Belém. A dona de casa estava
internada no HPSM Mário Pinotti (Umarizal), cadastrada na Central de Leitos, a
espera de uma transferência.
Os rins da paciente
estavam cada vez piores e a transferência se tornava urgente. A família de
Aldenora procurou o Ministério Público do Estado (MPE), no dia 23. O MPE deu 10
dias para que a Sesma resolvesse o impasse. Apenas no dia 28 foi
disponibilizado um leito na Fundação Santa Casa de Misericórdia. Mas lá,
Aldenora nem mesmo realizou a diálise. Ela não resistiu e acabou falecendo.
Em nota, a Santa casa
informou que a paciente, quando chegou ao hospital, já apresentava um quadro
grave de saúde, com pressão arterial controlada por uso de medicação. Ela
respirava com a ajuda de aparelhos e não mais tinha condições clínicas para
passar por uma hemodiálise, devido o risco de parada cardíaca durante o
procedimento.
De acordo com a
Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), houve uma negociação com os hospitais
particulares da capital para contratar um leito com hemodiálise e atender a
paciente, mas, nenhum deles dispunha da vaga, o que dificultou a transferência.
Enquanto isso os equipamentos de hemodiálise continuam parados, sem
funcionamento no Pronto-Socorro.
Na Fundação Santa Casa,
existem dez leitos de UTI adulto e apenas um deles com suporte para
hemodiálise. A Sesma garante que atendeu à determinação do MPE, obedecendo ao
prazo de dez dias.
Para a diretora da
Associação dos Renais Crônicos e Transplantados do Pará (ARCT-PA), Belina
Soares, a instalação das máquinas de hemodiálise poderiam ter evitado a morte
da dona de casa.
“Isso tem sido frequente. O grande problema é que O PSM da 14
tem, desde 2008, exatamente seis máquinas de hemodiálise para serem instaladas
e usadas que até hoje não foram”, revela.
A diretora ainda afirma
que muitas mortes são causadas pela falta de hemodiálise no Pronto-Socorro. “De
30% a 40% das mortes do PSM são por espera da hemodiálise. Alguns dizem que tem
uma máquina instalada já, mas ela não funciona, não tem os insumos necessários”,
informa.
“Desde 2011, uma ação civil pública deu o direito a população que
espera leito para hemodiálise de ser atendido mesmo se não houver vaga na rede
pública.
O paciente deve ser
transferido para a rede particular provisoriamente, a Prefeitura tem que pagar
a diária, até surgir a vaga. Mas nesses casos, quem é que se responsabiliza
pela morte de uma cidadã pela falta de um direito que ela tem? Onde está a
justiça para fazer valer o que diz a constituição?”, questiona.
A Sesma informou,
porém, que uma equipe especializada contratada pela atual gestão, já realizou a
adequação elétrica no HPSM do Umarizal e, agora, trabalha na adequação
hidráulica, para a instalação e funcionamento dos equipamentos de hemodiálise
no local.
Fonte (Diário do Pará)
http://www.diarioonline.com.br/noticia-255555-mulher-morre-apos-espera-por-hemodialise.html?375264984
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