Um toque de recolher de
três dias foi iniciado em Serra Leoa para permitir que agentes de saúde
encontrem e isolem novos casos de ebola, doença que já causou 2.600 mortes na
África Ocidental.
O objetivo é manter as
pessoas confinadas em casa durante a operação e prevenir que a doença se
espalhe ainda mais. Críticos, no entanto, dizem que a medida diminuirá ainda
mais a confiança entre público e autoridades médicas.
Seis milhões de
cidadãos não poderão sair às ruas até domingo. Cerca de 30 mil voluntários
farão uma busca de porta em porta para encontrar pacientes e vítimas.
Autoridades disseram
que as equipes não entrarão nas casas, mas chamarão serviços de emergência para
lidar com pacientes e corpos.
Equipes distribuirão
sabonetes e informações para prevenir novos contágios.
Serra Leoa é um dos
países mais atingidos pelo surto do ebola na África Ocidental, com mais de 550
mortos. Dos 14 distritos do país, 13 registraram casos da doença.
Nas horas que
antecederam o toque de recolher, as ruas da capital, Freetown, ficaram
congestionadas. Pessoas estocaram óleo de cozinha, arroz e outros mantimentos.
Segundo a correspondente
da BBC Umaru Fofana, nem mesmo a forte chuva na cidade conteve as milhares de
pessoas que lotaram mercados. Uma atendente disse que prateleiras tiveram que
ser repostas cinco vezes em apenas dois dias.
A agência Médicos Sem
Fronteiras (MSF) criticou a medida, dizendo que, no final, ela ajuda a espalhar
a doença, e não a contê-la, já que oculta potenciais casos da doença.
Autoridades, no
entanto, dizem que o toque de recolher reduz a disseminação da doença, e que
milhares de oficiais serão deslocados para garantir que moradores cumpram as
restrições.
A porta-voz do
Ministério da Saúde, Sidie Yahya Tunis, disse à BBC neste mês esperar o
cumprimento do toque de recolher. "Ou você cumpre ou você está
descumprindo a lei. Se você desobedecer, você está desobedecendo ao
presidente", disse.
Fonte: BBC
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