Rio de Janeiro - Brasil

sexta-feira, 1 de março de 2013

Cientistas fazem ratos se comunicarem por sinais emitidos pelo cérebro


Em experiência inédita, cientistas liderados pelo brasileiro Miguel Nicolellis deram o primeiro passo para criar, no futuro, rede capaz de ligar pessoas através do pensamento. No experimento, ratos se comunicaram por meio de sinais elétricos produzidos por seus neurônios, e colaboraram para a resolução de tarefas, mesmo separados por continentes

Foi a primeira vez que pesquisadores criaram interface cérebro-cérebro e colocaram em prática o conceito de “brainet”, ou internet cerebral, pela qual seria possível se comunicar através de ondas cerebrais.

O estudo, parceria da Universidade Duke, nos EUA, com o Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), foi publicado na revista ‘Scientific Reports’. Os autores fizeram a transferência direta, em tempo real, de informações sensoriais e motoras entre os cérebros de ratos.

Num dos três experimentos, os animais foram treinados para tarefa simples: deveriam acionar a alavanca certa para ganhar água, como recompensa. Depois os ratos receberam microeletrodos na área do cérebro que processa as informações motoras (córtex motor) e foram separados em dois grupos: codificadores e decodificadores.

Os primeiros tiveram a atividade elétrica de seus cérebros registrada durante a execução da tarefa. Um outro grupo foi treinado para receber e compreender essa informação, a partir do eletrodos implantados no cérebro. Quando os cientistas enviaram a estimulação elétrica, os decodificadores traduziram os sinais de forma correta em 78% das vezes.

No teste com o rato recebendo as informações diretamente do cérebro do outro animal, ele pressionou a alavanca certa em 70% das vezes. E a comunicação foi uma via de mão dupla. Como o codificador só recebia a recompensa se o outro fizesse tudo corretamente, houve uma colaboração comportamental entre os animais, dizem os autores.

Também foram feitos testes com ratos codificadores no laboratório em Natal e os decodificadores na Universidade Duke. Para transmitir os sinais elétricos entre os animais, foi usada conexão de internet. E funcionou. 

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