Rio de Janeiro - Brasil

sexta-feira, 6 de março de 2020

Paulo Barros, mais um carioca sem alma carioca!


O texto de hoje vem para comentar uma declaração do carnavalesco Paulo Barros durante o carnaval de São Paulo. Segundo foi amplamente divulgado pela imprensa o carnavalesco disse que o carnaval de São Paulo, incluindo o sambódromo esta a mil quilômetros de distancia do Rio em organização e estrutura.

Infelizmente Paulo Barros pertence a um clube de cariocas sem alma carioca, isto e, não tem sua cidade como parte de sua identidade e pior, ainda desdenha de sua cidade ao mesmo tempo elevando ao nível Maximo outras cidades.

Que a Marques de Sapucaí possui problemas e que não comporta a grandiosidade dos desfiles atuais isso todo mundo sabe há tempos. A Sapucaí foi o primeiro sambódromo construído no Brasil e obviamente no mundo, ate aquela data de 1984 não existia algo parecido.

As escolas de samba desfilavam na praça Onze, centro do Rio de Janeiro, e a estrutura, como arquibancadas eram provisórias, todo ano era um monta e desmonta, com o crescimento do espetáculo, em, 1983 o então governador do estado do Rio de Janeiro Leonel Brizola e seu vice Darcy Ribeiro tiveram a ideia de criar um espaço fixo para os desfiles das escolas de samba, afinal se o futebol tem seus estádios porque as escolas de samba também não poderiam ter o seu espaço fixo?

Foi então encomendado o projeto sambódromo ao arquiteto Oscar Niemeyer, mas havia algumas criticas no projeto como a praça da Apoteose, pois Darcy Ribeiro queria no final de cada desfile que as escolas dessem uma volta nesta praça, o que seria inviável pois como uma escola de samba, com carros alegóricos iriam desfilar em círculos?

Alem disso na época os carros alegóricos eram muito menores que os atuais, não se imaginava que os carros alcançariam o tamanho e a altura atual, se tivessem noção da grandiosidade que tornariam esses desfiles certamente não construiriam o sambódromo ali, com tantos viadutos baixos que atrapalham a passagem dos carros alegóricos. As alegorias mais altas saem do barracão desmontadas tornando forma somente na entrada do sambódromo para desespero dos carnavalescos.

O sambódromo de são Paulo, Anhembi foi inaugurado em 1991 porem sua estrutura foi totalmente concluída somente em 1995, ou seja uma década após o sambódromo carioca dar suas graças.

Os sambistas paulistanos tiveram portanto tempo o suficiente para ver o que deu certo no sambódromo carioca assim como o que deu errado, evitando que tais erros pudessem se repetir no sambódromo paulistano. Do mesmo modo ocorreu com o complexo de barracões onde são construídos os carros alegóricos e fantasias.

O primeiro espaço totalmente voltado para construção do carnaval foi a Cidade do Samba construída no Rio de Janeiro em 2006 que assim como a Sapucaí foi pioneira neste seguimento e obviamente deixando muitas coisas a desejar afinal não havia outro projeto parecido que pudesse ter comparação para saber o que poderia dar certo ou errado.

O samba de SP ganhou sua “ Cidade do Samba”  chamada Fabrica do Samba em  2016, dez anos após o Rio de Janeiro ganhar a sua. Ou seja assim como o sambódromo, os paulistanos também puderam observar os erros e acertos da Cidade do Samba carioca, evitando os erros em sua Fabrica do Samba.

Por ai podemos concluir que obviamente o Samba de São Paulo tem uma estrutura melhor que o carnaval carioca, como disse um jornalista um tempo atrás o carioca peca por seu pioneirismo.

Voltando então ao carnavalesco Paulo Barros, ele poderia elogiar a estrutura do carnaval de São Paulo, mas acho feio e nada a acrescentar desdenhar do carnaval de sua cidade, carnaval que o projetou. Este tipo de comportamento não e visto por exemplo nos artistas baianos.

Hoje vemos Daniela Mercury com bloco no carnaval paulistano, mas se perguntar se o carnaval de SP superou o da Bahia, com certeza vira uma resposta sensata da artista baiana, reconhecendo a grandeza do carnaval paulista, mas jamais veremos ela desmerecer o carnaval de Salvador.

Infelizmente falta mais amor ao Rio de certos cariocas, hoje e mais fácil esse amor vir de quem não nasceu aqui. Hoje um dos maiores defensores do carnaval carioca e um paraense, o grande Milton Cunha.

Ao senhor Paulo Barros, que acha nosso carnaval ruim, vai para Sampa e fique por la, com certeza em SP seus carros a La Disney poderão alcançar seus 300 metros de altura quem sabe alcance a estratosfera. Quando sentir saudade de carnaval, de escola de samba, quem sabe ainda poderá encontrar espaço no Rio…

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