O ensino superior ainda
e o sonho de muita gente que vê a conquista de uma vaga na faculdade como a
possibilidade de um ganho real na qualidade de vida com o emprego dos sonhos.
Porem o que realmente
já foi um investimento pessoal certo para a conquista no mercado de trabalho,
hoje já não é uma indicação como potencial
possibilidade de se conseguir um emprego após a conclusão do curso
superior, e para alguns se transformou
em dor de cabeça.
Para chegar à faculdade
hoje além do vestibular tradicional que algumas instituições ainda o mantém
como forma de ingresso, também há o SISU que através do ENEM oferece vagas em
varias universidades publicas e o PROUNI que garante bolsas em faculdades
privadas.
Mas alguns estudantes
por não terem conseguido entrar para uma faculdade pelas opções descritas
acima, optam pelo FIES, que o governo federal fez algumas modificações para que
mais estudantes possam concluir seus cursos e pagar depois de formado.
E ai que esta o
problema. Como discursei no inicio deste texto hoje ter o tão sonhado nível
superior já não e mais garantia de emprego, a maioria das áreas da graduação
tradicional, encontram-se saturadas, isto é, a mais pessoas diplomadas no
mercado que vagas para absorve-las.
Houve um tempo que ao
concluir a faculdade o indivíduo já tinha emprego garantido, se não fosse
especifico na área onde se formou, seria em outra área similar que aproveitaria
os conhecimentos acadêmicos do candidato.
Hoje além de bater
cabeça para conseguir o primeiro emprego após sair da faculdade, que de maneira
geral o empregador pede experiência, nem mesmo outras áreas vê esse candidato
com nível superior como um diferencial.
Algumas áreas por
exemplo é melhor o candidato ate omitir que tem a formação universitária. Isso
vem ocorrendo por exemplo com os formandos em enfermagem. Após a conclusão da
faculdade os novos enfermeiros se deparam com um mercado saturado.
Qualquer que
seja a vaga oferecida o candidato encontrara uma extensa fila de concorrentes a
vaga.
Um exemplo dessa nova
era no mercado de trabalho é sentido na pele pela enfermeira recém formada que
prefere ser identificada apenas pelo primeiro nome, “Amanda”. Segundo ela desde
que se formou em dezembro de 2013, já distribuiu currículos em vários
hospitais. Segundo ela, ate o momento só
foi chamada para uma prova em um hospital e mesmo assim quando chegou para
fazer a prova havia uma grande fila de candidatos que foram fazer a prova após
sair um anuncio em uma rede social.
“enviei
o currículo para o RH do hospital Norte Dor e dois meses depois recebi uma
mensagem para fazer uma prova. Quando cheguei lá havia uma multidão na entrada
do hospital, pessoas que viram um anuncio pelo facebook e foram fazer a prova. Tinha tanta gente que
uma moça do Rh desceu disse que não tinha como realizar a prova naquele dia
porque não teria espaço no auditório e pediu para que deixássemos um currículo.
Me lembrei da fila de emprego que enfrentei quando entrei no supermercado Guanabara para a vaga de
operadora de caixa, a diferença que antes eu achava que quando tivesse uma
faculdade seria mais fácil”
E a caminhada da moça
não parou por ai:
“encontrei
uma amiga da faculdade que disse que tinha visto um anuncio também no face que
teria prova nesse mesmo dia no Pateur que fica no Méier. Fomos ate lá, quando
chegamos o auditório de lá também estava cheio. Ai veio um funcionário e disse
que só poderia fazer a prova quem tinha experiência. Me sinto frustrada porque
vejo pessoas que se formaram muito antes de mim e também não conseguiram
nada..”
Mas não e só a
enfermagem que passa por essa fase difícil no mercado de trabalho, a Irmã de
Amanda e assistente social, mas trabalha como auxiliar administrativa em uma
empresa prestadora de serviço em um hospital em Realengo porque não consegue emprego na área:
“
Ela já é formada a mais de dois anos e ate agora não conseguiu nada, o pessoal
fala para tentar concurso, mas os hospitais públicos agora com essas OS também
só esta entrando quem tem experiência ”.
Além de um mercado
super concorrido esses novos profissionais ainda se deparam com a exigência da
experiência profissional, mesmo para aqueles setores básicos, como clinica
medica cujos conhecimentos ganhos na faculdade seriam o suficiente para que
esse profissional pudesse assumir a vaga.
E se esse profissional
tentar uma vaga em outra área, informar que possui ensino superior não dará
nenhuma vantagem em relação a outros candidatos. Para aqueles que se formaram
por uma instituição publica ou através do PROUNI, só resta lamentar o tempo
perdido, mas para quem se formou com ajuda do FIES, a dor de cabeça vem porque
eles terão que pagar o governo, e dependendo do valor do curso, muitos acabam
inadimplentes com o FIES.
“Me
lembrei da fila de emprego que enfrentei quando entrei no supermercado Guanabara para a vaga de
operadora de caixa, a diferença que antes eu achava que quando tivesse uma
faculdade seria mais fácil”
Mas o que fazer diante
de tal situação? Desistir de estudar? O
ideal e antes de entrar na faculdade saber como esta o mercado de trabalho para
aquela profissão, quais as possibilidades que a área pode dar em termos de
empregabilidade. Procure saber com quem já se formou naquela profissão como
esta o mercado, se os formandos têm dificuldade de conseguir uma vaga de
emprego.
Outra possibilidade e
optar por um curso técnico, que além de uma formação mais rápida costuma ter
mais chances de empregabilidade. No caso da enfermagem que foi dado como
exemplo, os técnicos de enfermagem tem muito mais chances de conseguir uma vaga
que os enfermeiros, já que os hospitais costumam dar chances a técnicos em enfermagem mesmo não tendo experiência profissional na área.
Quanto aos cursos
tecnólogos que tem validade como um curso superior, o conselho é o mesmo, a
pessoa precisa saber o foco deste curso, quais as empresas que aproveitam esses
profissionais, já que alguns cursos são inseridos em áreas de cursos já
existentes na graduação tradicional e algumas empresas preferem selecionar os
bacharéis em seus processos seletivos.
Nunca desista de seu
sonho, mas diante da situação que encontramos em nosso País, de estagnação
econômica, de saturação no mercado de trabalho, ter uma segunda opção e a chave
para não se decepcionar após tanto esforço para a conquista do diploma
universitário.
Por blog UAN Noticias.