A televisão ainda é o
principal meio de comunicação no Brasil, mas os brasileiros já passam mais
tempo navegando na internet do que na frente da TV. A informação está na
Pesquisa de Mídia Brasileira 2015, divulgada ontem (19) pela Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República.
De acordo com a pesquisa, os brasileiros passam, em média, quatro horas e 59
minutos por dia usando a internet durante a semana e quatro horas e 24
minutos/dia nos fins de semana. Já a média de tempo assistindo à TV fica em
quatro horas e 31 minutos/dia nos dias de semana e quatro horas e 14 minutos
aos sábados e domingos.
“A diferença ainda é pequena, mas mostra uma tendência importante e que deve
ser analisada. O tempo [de uso das redes] dá um parâmetro de como o brasileiro
está migrando de forma consolidada para os meios de comunicação digitais”,
avaliou o ministro da Secom, Thomas Traumann. De acordo com a pesquisa, a
internet é o terceiro meio de comunicação mais usado pelos brasileiros, atrás
da TV e do rádio e à frente dos jornais e revistas. O levantamento, que ouviu
18 mil pessoas e traçou um perfil do consumo de informações nas diferentes
mídias, apontou que 43% dos brasileiros usam a rede como meio de comunicação.
Entre os usuários da internet no Brasil, 76% acessam a rede todos os dias. O
pico de uso é às 20h, tanto nos dias úteis quanto nos fins de semana. De acordo
com a pesquisa, 67% acessam a rede em busca de informações ou notícias, mesmo
percentual dos que dizem entrar na internet para buscar entretenimento
(pergunta de múltiplas respostas).
Em relação ao grau de confiança no meio, 27% dizem confiar “sempre ou muitas vezes” nas notícias da internet, 58%, nos jornais e 54%, na televisão.
Em relação ao grau de confiança no meio, 27% dizem confiar “sempre ou muitas vezes” nas notícias da internet, 58%, nos jornais e 54%, na televisão.
A pesquisa da Secom revela que uso da internet é mais influenciado pelas
características sociodemográficas que os outros meios de comunicação. “Renda e
escolaridade criam um hiato digital entre quem é um cidadão conectado e quem
não é. Já os elementos geracionais ou etários mostram que os jovens são
usuários mais intensos das novas mídias”, disse Traumann.
Entre os jovens com até 25 anos, 63% acessam a internet todos os dias. O
percentual cai para 4% na faixa etária de 65 anos ou mais. No recorte por
renda, a pesquisa constatou que entre os que têm renda familiar superior a
cinco salários-mínimos, 76% acessam a internet pelo menos uma vez por semana.
Por outro lado, entre os que têm renda familiar até um salário-mínimo por mês,
20% acessam a internet com a mesma frequência.
O grau de escolaridade também influencia a frequência de acesso à rede: apenas
8% dos entrevistados que estudaram até a 4ª série acessam a internet pelo menos
uma vez por semana, percentual que aumenta para 87% entre os que têm ensino
superior.
A Secom identificou baixo nível de participação dos internautas em consultas
públicas, fóruns, enquetes e outros canais de participação promovidos pelo
governo em plataformas online. “É baixo o contato direto entre o cidadão e
governos ou instituições públicas. Apenas 25% dos usuários entraram em contato
por e-mail, formulários eletrônicos, chats, redes sociais, fóruns de discussão
ou de consultas públicas nos últimos 12 meses”, de acordo com o levantamento.
A pesquisa também constatou baixos percentuais de grau de conhecimento dos
usuários da internet sobre as formas oficiais de comunicação do governo federal
na web: o Portal Brasil, o site do Palácio do Planalto e o Blog do Planalto).
Na pergunta estimulada, 77% dos entrevistados responderam que não conhecem o
Portal Brasil “mesmo que só de ouvir falar” e 81% não conhecem o site do
Palácio do Planalto. O Blog do Planalto é ainda mais desconhecido, com 85% de
respostas negativas.
Segundo Traumann, o levantamento é a maior pesquisa de mercado sobre o tema e é
importante para que o governo defina estratégias de comunicação e publicidade.
“Temos obrigação legal e formal de usar os recursos da melhor forma, da forma
mais eficiente, isso é fundamental para a nossa estratégia de comunicação”,
ponderou.
Fonte:
JDia
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