A doméstica Miracélia
da Costa, de 44 anos, relatou ao G1 que na sexta-feira (20), a filha de 28
anos, grávida de 8 meses, foi mandada embora do Hospital da Mulher Mãe Luzia
(HMML), em Macapá, por falta de leitos na maternidade. Ela estava com o filho
morto na barriga. O HMML é a única maternidade pública do Amapá.
De acordo com a
doméstica, a jovem foi para casa, mas, após sentir dores, retornou à
maternidade no sábado (21). Ela não conseguiu atendimento imediato, segundo a
mãe.
"Ela [filha]
chegou sexta-feira no hospital e me ligou dizendo que o bebê dela estava morto
na barriga. Minha filha disse que não estavam deixando ela ficar no hospital.
No sábado, quando eu cheguei, meio-dia, de Porto Grande [a 102 quilômetros de
Macapá], ela estava chorando com dor, na calçada, porque haviam mandado ela
embora com a criança morta dentro da barriga", descreveu Miracélia da
Costa.
A doméstica disse que
somente após ela ter ameaçado "chamar a imprensa e fazer um quebra-quebra
dentro do hospital", a filha conseguiu ser atendida.
O relato da doméstica
Miracélia da Costa colabora com as constantes reclamações que o hospital enfrenta
em relação à superlotação e demora nos atendimentos.
A doméstica Vanda da
Luz, de 47 anos, também contou que houve demora no atendimento à filha
gestante, de 13 anos.
"Ela perdeu
bastante líquido da bolsa e ficou esperando sentada numa cadeira na recepção.
Chegamos às 7h, mas ela foi atendida só às 11h", reclamou a doméstica,
sentada na calçada em frente à maternidade. "Não dá para ficar lá
dentro", exclamou.
A diretoria do HMML
alegou que a demanda aumentou em 40% desde o início de setembro de 2013, porque
a maternidade de um hospital particular, em Macapá, deixou de fazer
atendimentos. No sábado, por exemplo, o HMML realizou 107 procedimentos, sendo
que desses, 61 resultaram em internações.
"Essa demanda do
hospital particular elevou a nossa, que é notória e assustadora", reforçou
a diretora do Hospital da Mulher Mãe Luzia, Cataria de Oliveira.
Para a demanda de
atendimentos, o hospital possui 152 leitos e 9 médicos na escala de
segunda-feira a sexta-feira, e 4 na de plantões em finais de semana e feriados.
Para cada regime de escala, apenas 1 médico é remanejado para o pronto
atendimento da maternidade.
"Estamos
aguardando a inauguração de mais 14 leitos, que não vai ser a solução, e sim
apenas uma medida paliativa (...). Com o aumento nos atendimentos, estamos
precisando de mais profissionais porque a tendência é elevar ainda mais a
demanda (...). Não dá para dizer 'não' a essas mulheres. Por isso existe essa
situação gritante de superlotação", destacou Catarina
Fonte:aGazeta
Opinião
Superlotação não pode
ser desculpa para mandar uma mulher com bebe de oito meses morto na barriga
para casa. Como pode? : há vai para casa e se vira para tirar seu filho morto
da sua barriga?
Isso é um absurdo!
Uanderson
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