Rio - A
emergência do Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, amanheceu ontem
mais uma vez repleta de pacientes à espera de atendimento. No plantão havia
pelo menos uma ausência em relação à escala da enfermeiros: Bruno Soares
Cordeiro não apareceu para trabalhar às 7h. Passou o dia em casa com a família,
de bermuda e camiseta do Brasil, a 30 quilômetros do hospital, de onde só
deveria sair na manhã deste domingo. Secretário de Saúde de Guapimirim, cargo
com dedicação exclusiva, Bruno faz parte do grupo de enfermeiros e médicos que
falta ao trabalho mas recebe pelos plantões no Saracuruna.
O
enfermeiro confirmou a ausência nos plantões desde janeiro, quando foi nomeado
assessor especial da Secretaria de Saúde de Guapimirim. Para se defender, diz
que pagava a uma colega de trabalho — a enfermeira Mônica Silvina França da
Silva — para o substituir no trabalho. “Repasso meu salário integral assim que
cai na minha conta”, admite Bruno, que desde de maio passou a exercer o cargo
de secretário em Guapimirim. Uma ilegalidade, aos olhos da Secretaria Estadual
de Saúde e do Conselho de Enfermagem.
Sei que o
Conselho de Enfermagem não aprova a venda de plantões, mas achei melhor pagar
para alguém do que deixar a unidade sem enfermeiro”, argumenta o secretário.
Ele diz ter pedido exoneração do cargo à então gerente de Enfermagem do Adão
Pereira Nunes, Elaine Cristine da Conceição Vianna. Até quinta-feira, porém, continuava
na escala na emergência do hospital.
“Decidi
pedir demissão para não expor mais a Elaine. Acumulava as duas funções, porque
o cargo de secretário é instável e não queria perder a matrícula”, defendeu-se,
apesar do cargo de secretário requerer a dedicação em tempo integral do
servidor. E exclusividade não é o forte de Bruno: sem rodeios garantiu que se
inscreveu no concurso da Prefeitura do Rio, onde o salário é cinco vezes menor
do que os R$ 10 mil que recebe em Guapimirim.
“Se
passar no concurso, vou largar a secretaria. A Prefeitura do Rio tem um plano
de carreira e o salário pode aumentar”, projeta. No Hospital de Saracuruna,
Bruno ganha líquidos R$ 1,3 mil. Desde fevereiro, recebeu o valor integral, sem
desconto por falta ou atraso.
Duas vezes
por semana na escala
A
enfermeira Mônica Silvina França da Silva, citada pelo secretário Bruno
Cordeiro como a pessoa encarregada de substituí-lo nos plantões, aparece
escalada na emergência do Adão Pereira Nunes, o Hospital de Saracuruna, em dois
dias da semana.
Em maio,
seu nome constava na escala sempre às quintas e sextas-feiras, enquanto que
neste mês seus dias de serviço na unidade são terças e quintas-feiras.
No
sistema Datasus — onde o governo federal cadastra os profissionais da área da Saúde
—, Mônica Silvina ainda aparece como nomeada, em 2012, como técnica de
enfermagem no Hospital Universitário Pedro Ernesto, vinculado à Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com uma carga de trabalho de 32 horas
semanais.
Em dois
locais na mesma hora
No último
domingo, O DIA denunciou o esquema no Hospital Adão Pereira Nunes, onde os
enfermeiros não aparecem para trabalhar, mas ganham o salário integral do
Estado. Nos mesmos dias do serviço, os funcionários aparecem escalados em
hospitais e clínicas particulares ou do governo federal.
Dois
casos chamaram atenção: a enfermeira Xênia Rodrigues da Silva, sempre escalada
no momento em que saía ou deixava seu plantão no Hospital da Unimed, em Campos,
a 300 quilômetros do Saracuruna. Em um dos meses, coincidiu com passeio de uma
semana a Maragogi, paraíso ecológico de Alagoas. Já a gerente da Enfermagem
Elaine Cristine aparece na escala do Saracuruna, em Caxias, e do Hospital
Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, nos mesmos dias e horas.
Fonte:
Opinião
Pessoal,
longe de mim querer “chutar cachorro caído”, mas acho que essas “trambicagens”
merecem maior atenção do ministério publico, pois receber sem trabalhar e um
dano aos cofres públicos.
Agora
nesses momentos e que nos vemos que para tudo na vida há dois pesos e duas
medidas. Já li em alguns blogs comentários de ex funcionários da secretaria
estadual de saúde que trabalhavam em regime temporário para um braço desta
secretaria chamado Fesp.
Estes
funcionários não podiam ficar doentes, porque não tinham direito a licença, os
que passavam por tal situação eram exonerados. Muitos profissionais da
enfermagem, técnicos e ate mesmo enfermeiros que eram subordinados a ex gerente
do Adão Pereira Nunes Elaine, reclamavam que ela era muito rigorosa, e que para ela não
tinha conversa, ficou doente, rua!
Agora com
essas denuncias vemos que, pelo menos para sua turma ela era bem generosa,
deixando-os receber sem trabalhar, afinal se era gerente do setor,, e
impossível não ter tido conhecimento de tais fatos. Linha dura para a ‘plebe” e
mãezona para a “nobreza”! e dois pesos e duas medidas na cabeça!!
Uanderson
Depois temos que sair às ruas em manifestações para denunciar falta de saúde. Esses larápios deveriam ir todos para a cadeia, mas também estamos nos manifestando por justiça! Antes de tudo muitos brasileiros precisam ser "honestos" para que tenhamos as mudanças tão necessários.
ResponderExcluirRita Obrigado pelo comentário!!!
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