Um bebê de 40 dias de
vida morreu de desnutrição grave, em Pancas, no Noroeste do Espírito Santo,
segundo a certidão de óbito. A criança e a mãe moravam em um assentamento do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde
"viviam em
condições precárias", afirmou a mãe. Ela conta que, após a falta de
ajuda da comunidade, o bebê deu entrada no hospital de Colatina, nesta
terça-feira (21), quando foi constatado o quadro. O Incra informou que o nome
da mãe não consta como assentada.
O menino nasceu com
3,620 quilos, mas 40 dias depois, devido à falta de ingestão de alimentos,
chegou ao hospital pesando dois quilos. De acordo com a enfermeira Maristela
Luppi, não há como negar o quadro de desnutrição da criança. "Foi falta de
comida, alimentação, leite adequado e cuidados familiares", falou a
enfermeira que cuidou do caso.
Moradora de um
assentamento do Incra, a mãe do bebê apontou a situação precária em que vive
como uma possível causa da morte. "Nós passamos fome. Não temos energia,
fazemos tudo no escuro e usamos só lamparina", disse Rafaela Correa, que
alegou não ter recebido ajuda da comunidade onde mora.
A gravidade do caso
deixou a enfermeira indignada. "Você se sente impotente. Ainda mais para
nós, que temos toda uma estrutura familiar de vida, de saúde. A gente sabe que
a coisa está boa, que o governo tem feito tanto, mas deixa uma criança dessa
forma. Não dá para entender", lamentou Maristela.
Segundo o Incra,
Rafaela pode ser uma agregada ou parente de uma assentada. Ou ainda, pode estar
acampada e nestes casos órgão não tem gerência. Em nota, o Incra diz que todos
os assentados são atendidos pelos programas do governo federal.
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