Único hospital do Rio de Janeiro especializado no tratamento de doenças infecto-contagiosas, o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS), no Caju, chegou a ter por volta de 500 leitos, mas em processo de fechamento progressivo, foi finalmente desativado em 2008.
Após o fechamento da unidade, o IEISS foi transferido para o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), onde continua a oferecer tratamento para doenças infecto-contagiosas como a dengue e a leptospirose. No entanto, a unidade tem capacidade muito reduzida, se comparada ao antigo Hospital São Sebastião.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro (SinMed), Jorge Darze, considera que o Iaserj não tem capacidade de atender plenamente às necessidades da população.
“O Iaserj oferece esses tratamentos de forma muito tímida. O antigo hospital tinha uma centena de leitos, e agora conta com 4 ou 5. Transferiram o antigo São Sebastião para esse hospital altamente deficitário”, explica Darze.
O presidente do SimMed atesta que, enquanto São Paulo conta com dois centros de tratamento para doenças infecto-contagiosas, o Rio de Janeiro desativou o seu único.
“O Rio perdeu uma importante instituição especializada, com mais de um século, e um patrimônio cientifico que não se acha em lugar algum. Mesmo gastando mais de R$ 1 milhão em reforma antes de ser desativado, e a sociedade gritando pelo não fechamento, o governo ignorou e fechou as portas da unidade”, critica Darze.
AInda segundo o presidente do sindicato, o descaso é reflexo da atual política do governo de reduzir os centros de saúde em vez de aprimorar.
“Apesar da carência do Rio para esse tipo de estrutura, o (Sérgio) Cabral deu o fechamento como fato consumado”, conta Darze.
O tereno onde fica o prédio do antigo Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião apresenta sinais claros de abandono, a unidade hoje serve de morada para famílias desalojadas, como mostrou o Jornal do Brasil em reportagem publicada nesta terça-feira. Ao tomar conhecimento da denúncia, o Ministério Público informou que investigará o caso. Jorge Darze acredita que a invasão de um hospital desativado pode oferecer riscos aos ocupantes.
"Se tratando de um hospital, pode ser que permaneçam algumas situações e objetos que interfiram na segurança das pessoas" concluiu.
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