Vários países têm sido
considerados como parte do processo de se transformar em uma superpotência em
algum momento do século XXI. Atualmente, apenas os Estados Unidos cumpre os
critérios para ser considerado uma superpotência.
Entre os mais citados
estão a China, Índia, União Europeia, e Rússia. No entanto, esse tipo de
previsão não é perfeita. Por exemplo, na década de 1980, muitos analistas
políticos e econômicos previram que o Japão acabaria por aderir ao status de
superpotência, devido à seu enorme produto interno bruto (PIB) e um elevado
crescimento econômico naquela época.
O Brasil é um tema surgido
em meio a seu contingente populacional e ao crescimento econômico do Brasil
desde o Plano Real. Tal consideração de superpotência emergente, em âmbito
internacional, se insere no contexto em que, desde 2001, com a criação da
expressão BRIC (acrônimo para Brasil, Rússia, Índia e China), o país passou a
ser um importante ator no cenário mundial, atualmente e considerado a 8ª economia do mundo.
O produto interno bruto da Russia a coloca como
a 12ª maior economia do mundo, de acordo com o Fundo Monetário Internacional,
cerca de 25% menor que a Itália e mais de 20% menor que o Canadá, dois países
com uma fração de sua população.
Então, diante de sua
invasão da Ucrânia, por que o Ocidente está relutante em atingi-la com toda a
gama de sanções econômicas disponíveis?
A resposta é simples:
petróleo e gás natural. A Rússia é o maior exportador mundial de gás natural e
um dos maiores exportadores de petróleo.
A Rússia também tem uma
rica oferta de outros recursos naturais, incluindo madeira e muitos minerais. É
o segundo maior produtor de titânio, crucial para a produção de aeronaves, e a
Ucrânia é o quinto maior produtor do metal.
Mas a Rússia não é um
grande mercado para as exportações dos países ocidentais. Os EUA exportaram
apenas US$ 6,4 bilhões em mercadorias para a Rússia no ano passado, de acordo
com dados do Departamento de Comércio, o que pode parecer muito, mas na verdade
é menos de um quinto das exportações para a pequena Bélgica. (Em comparação, os
produtos dos EUA exportados para a China no ano passado chegaram a US$ 151
bilhões.)
E a nação que foi a
primeira a colocar um satélite e um homem no espaço, atualmente ficou muito
atrás do resto do mundo em tecnologia.
A Rússia, que herdou as
armas nucleares da União Soviética, possui o maior estoque mundial de ogivas
nucleares. Putin controla cerca de 5.580 ogivas nucleares, segundo a Federação
de Cientistas Americanos (FAS, na sigla em inglês).
Destes, cerca de 1.200
estão “aposentadas”, mas em grande parte intactas, e cerca de 4.380 estão
armazenadas para uso em lançadores estratégicos de longo alcance e forças
nucleares táticas de curto alcance, de acordo com a FAS.
As ogivas armazenadas,
1.710 ogivas estratégicas já estão implantadas: cerca de 870 em mísseis balísticos
terrestres, cerca de 640 em mísseis balísticos lançados por submarinos e
possivelmente 200 em bases de bombardeiros pesados, disse a FAS.
Esses números
significam que Moscou poderia destruir o mundo muitas vezes.
A Rússia continua sendo
líder em tecnologia militar e inteligência artificial, sem mencionar criptomoedas,
disse Hufauer. Mas depende de importações para a maioria das outras formas de
tecnologia, em vez de produção interna. As sanções impostas às exportações de
tecnologia para a Rússia prejudicarão sua economia.
A grande questão é por
quanto tempo as sanções contra uma nação continuarão?
Lipsky e Hufauer
acreditam que estarão em vigor por anos, embora não necessariamente as muitas
décadas de sanções dos EUA contra a Coreia do Norte e Cuba tenham permanecido
em vigor. E quanto mais as sanções forem aplicadas, maiores serão os danos à
economia russa.
Fonte: CNN/ Wikpedia