Rio - Polêmica à
vista nas escolas da rede pública do Rio. A Secretaria Municipal de Educação
estuda, para 2015, reduzir a frequência de algumas disciplinas. Se o projeto
for colocado em prática, os estudantes das escolas municipais vão perder 2.050
minutos de aprendizado por ano, o que equivale a 40 aulas. O tempo que pode ser
suprimido do calendário escolar representa duas semanas a menos para os alunos.
O argumento para a
mudança é que o município precisa cumprir a lei federal nº 11.738, que
determina que um terço da carga horária seja usado pelo professor para fazer
atividades extraclasses, como o planejamento de provas e trabalhos.
“As escolas não estão
conseguindo cumprir essa meta. Um terço é muito tempo”, disse a secretária
Claudia Costin, em visita ao DIA no último dia 4. O Sindicato Estadual dos
Profissionais da Educação (Sepe) é contra a forma como o modelo pode ser
implantado. A alteração mexeria também com o tempo dos professores nas salas.
As aulas que podem ser
suprimidas do calendário escolar a partir de 2015 representam duas semanas do tempo
lecionado hoje aos alunos
Os alunos do Ensino
Fundamental II (6º ao 9º anos) têm, atualmente, 25 aulas semanais de 50
minutos, totalizando 1.250 minutos. Se entrar em vigor a reorganização na rede,
eles vão passar a ter uma hora para lecionar cada disciplina, mas a frequência
reduziria para 20 aulas por semana, o que resultaria em 1.200 minutos.
Para implantar o novo
sistema, será necessário, por exemplo, que o número de aulas de Língua
Portuguesa dos alunos das turmas de 6º e 8 º anos diminua de seis para quatro
por semana. E em casos como as disciplinas de História e Geografia, os
estudantes passariam a ter duas, ao invés de três aulas.
A secretaria afirmou
que a proposta surgiu num grupo de estudo, com a participação de professores.
Garantiu ainda que serão analisadas outras sugestões para 2015 e que, por
enquanto, a fase é de estudo de sugestões.
O coordenador do Sepe,
Marcelo Santana, está preocupado com futuras mudanças. Professor de Língua
Portuguesa, ele questiona o prejuízo aos alunos, caso seja realmente aprovada a
redução.
“Não há diminuição, por menor que seja, benéfica para os alunos. Isso
na disciplina que eu dou é uma contradição a projetos da secretaria, como o Rio
Cidade de Leitores. Como podemos formar e incentivar leitores com redução de
carga horária semanal?”, questiona.
Fazer cumprir o tempo
extraclasse para que os professores se dediquem a preparar e corrigir
avaliações, estudar e preencher diário de classe foi uma das reivindicações do
Sepe em greve ano passado. Mas a própria organização não quer que seja feito
desta forma. “Assim, isso vai representar grande perda qualitativa por
disciplina”, afirma Santana.
Os pais reprovam
mudança que reduza aulas. Para Mariana Campos, 38 anos, que tem uma filha na
rede municipal, a proposta é um absurdo. “Acho surreal diminuir a carga horária
das crianças. Se minha filha faltasse a 40 aulas, passaria de ano? Essa questão
é administrativa e quem perde é o aluno.”
O Sepe fez uma
assembleia para discutir, entre outras pautas, o projeto do uso da carga
horária para o planejamento das aulas. No entanto, uma demanda que eles
consideram urgente é o uso de ar-condicionado nas salas. A secretaria afirmou
investir R$ 80.711.228 no plano de climatização e que a verba já foi
encaminhada para 1.015 unidades de ensino. Em 2013, foram climatizadas 136
escolas, somando 384.
Fonte: O Dia
OPINIÃO
Depois se surpreendem
quando pesquisas mostram que grande parte de nossos jovens são analfabetos
funcionais. No Rio de Janeiro alguns anos atrás, o então prefeito Cesar Maia
implantou um sistema “maravilhoso”, nas escolas do município que foi a
famigerada aprovação automática.
Os alunos eram aprovados
de serie mesmo não sabendo ler. O resultado e que hoje tem alunos em series
avançadas que mal sabem escrever. Agora mais uma vez o município
inventa moda de “emburrecer” ainda mais nossas crianças e jovens
Por UAN Noticias.
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