Profissionais de
enfermagem do estado do Rio de Janeiro estão revoltados com a postura assumida
pelos hospitais privados do estado em não cumprir a Lei estadual 8.315/2019,
que fixa o piso salarial para profissionais de enfermagem baseado em 30 horas
semanais.
A lei foi aprovada e
sancionada pelo governador do estado do Rio de Janeiro Wilson Witzel em março
deste ano, porem a associação dos hospitais privados do estado do Rio entraram
com ação de inconstitucionalidade contra a lei, que inicialmente foi acatada
pelo Tribunal de Justiça do Rio.
Entretanto, a medida
foi suspensa pelo desembargador Custodio de Barros Tostes, que entendeu que a
medida apenas define parâmetro remuneratório, entrando em validade portanto a
lei.
Porem segundo
profissionais de enfermagem, e a própria deputada Enfermeira Rejane, os
hospitais privados estão relutando em cumprir a lei, onde a entidade tem sugerido aos hospitais a não alterar nem salário, nem escala dos
profissionais de enfermagem.
Na semana passada, o
jornal “O Dia” publicou uma matéria, que segundo a categoria da enfermagem,
teria sido encomendada pela associação dos hospitais privados, que a lei do
piso salarial da enfermagem poderia fazer mais de 300 hospitais em fechar as
portas, que quebraria não somente os hospitais particulares como também
afetaria os hospitais públicos geridos pelas Organizações Sociais, e portanto
abriria uma crise na saúde do Rio.
Porem segundo
representantes dos profissionais de enfermagem tal matéria serviria para por a
população contra a categoria profissional, e que de forma alguma provocaria uma
crise no setor de saúde do Estado,
primeiro porque as organizações sociais que administram os hospitais públicos
do Rio, tanto pela prefeitura, quanto pelo Estado, já trabalham com escala de
jornada de trabalho em 30 horas semanais, e que portanto não alteraria o
salário dos profissionais que trabalham em hospitais públicos.
E em relação aos
hospitais particulares, segundo representantes da enfermagem, também não
provocaria quebradeira, uma vez que os hospitais possuem alto lucro em suas
atividades, observada pela movimentação de algumas empresas que tem expandido a
rede como também comprado outras redes de hospitais. Além disso, alguns
hospitais particulares no Rio, já trabalham com escala de 3 três turnos, ou
seja, com plantão 12x60, acrescentando 02 ou 03 complementações, e que nestes
casos bastaria retirar as complementações que as empresas não precisariam
alterar os salários de seus trabalhadores do setor de enfermagem.
A questão e que sem
duvida os profissionais de enfermagem encaram uma escala exaustiva, trabalham
sob pressão, principalmente por estarem mais próximos dos pacientes, são os
primeiros a sofrerem todos os tipos de violência, seja verbal como ate mesmo
física, seja dos familiares de pacientes, como ate mesmo de pacientes, quando
estes não estão satisfeitos com o atendimento medico.
O setor de enfermagem
hoje sofre com muitos profissionais afastados por depressão, como por doenças
ergonômicas, uma vez que precisam movimentar os pacientes nos leitos e muitas vezes a
escala de trabalho conta com numero reduzido de profissionais.
Outras categorias
profissionais conseguiram regulamentar suas cargas horárias, reduzindo sob
argumentos de exposição a fatores prejudiciais a saúde, como exemplo radiação.
A enfermagem esta em todos os setores, são profissionais expostos aos mais
diversos riscos, biológicos, físicos, químicos, e mesmo assim não conseguem
reduzir a carga horária para 30 horas semanais devido a resistência dos
hospitais privados, e de certa forma por desinteresse da classe política que
ignora a importância destes profissionais, ao contrario do que ocorre em Países
desenvolvidos, como o Reino Unido, onde a população por vários anos
consecutivos elegem os enfermeiros como os profissionais mais respeitados
daquele Pais.
Fonte:
UAN
Noticias
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