Navegando pela net, encontrei esse artigo da jornalista Leila Cordeiro de 2007. O artigo aborda uma situação interessante no Brasil onde a TV Globo exerce influência em todos os setores que se possa imaginar e de certa forma, onde a emissora “põe a mão” funciona, logicamente dentro de seus interesses.
O titulo do artigo e bem interessante pois realmente já que a Globo “resolve” bem que poderá ser eleita presidente da republica, talvez assim a Copa não virasse mico, afinal a emissora investiu milhões pela exclusividade, e garanto que moveria “seus pauzinhos” para tudo funcionar, assim como faz para tudo que é de seu interesse. Abaixo o artigo que ainda é bem atual:
“GLOBO PARA PRESIDENTE
Publicado em 18/02/2007
Quando a TV Globo surgiu, nos anos sessenta, a referência de poder da emissora eram o americano Joe Wallach e o grupo Time Life . Depois vieram outros mitos como Walter Clark, José Bonifácio, Marluce... Em 40 anos, a Globo cresceu tanto e tornou-se tão poderosa que hoje o Brasil pode ser chamado de "cidade cenográfica" da Globo.
Todos os segmentos da sociedade brasileira são, de alguma maneira dependentes dela. No quesito social, ela realiza anualmente o Criança Esperança, quando seus profissionais se vestem com a camiseta do evento e pedem a ajuda da população através de doações telefônicas, onde o doador ainda tem que pagar pela ligação. A prestação de contas mostra alguns orfanatos com as crianças limpinhas e bem vestidinhas sorrindo para as cameras da TV. Mas pelo tempo que o evento é realizado (mais de 20 anos), os resultados são nada animadores, pois a miséria só fez aumentar nessas duas últimas décadas.
A Band que era a emissora que priorizava o esporte em sua programação viu seu reinado ser devidamente destruído pelo rolo compressor da Globo, que foi comendo pelas beiradinhas. Hoje a emissora dos Marinho é dona de tudo, da Copa do mundo, da Fórmula um, de todos os campeonatos de futebol, do esporte amador. E agora no Pan 2007, no Rio, sede de seu quartel-general, sabe-se lá o que vai aprontar!
Os quatro dias de Momo já passaram a ser os quatro dias da Globo. Houve um tempo em que a Manchete chegou a incomodar, dividindo a preferência do telespectador. A Manchete acabou e o domínio da Globo passou a ser absoluto. Além da exclusividade do desfile do Rio, a emissora resolveu dar uma forcinha para o carnaval de São Paulo. De olho no mercado publicitário, claro. E o pobre desfile das escolas de Sampa ganhou o luxo e a riqueza do desfile carioca, com a importação do know how dos barracões das escolas do Rio e a presença dos artistas globais.
A Band, sem chance de participar do festim dos sambódromos do Rio e São Paulo, adotou há muito tempo o carnaval alternativo, dedicando-se a transmitir os desfiles de blocos, afoxés e trios elétricos de Salvador, Recife e Olinda. Mas a Globo percebeu o filão e aumenta a cada ano sua cobertura do carnaval do nordeste. Vamos ver até quando a Band resiste.
Na área específica de mídia, a Globo ocupa todos os espaços. Além de radios, Tvs, jornais e revistas, o grupo avança no mercado editorial de livros, na produção de filmes e, o que é mais estranho, ela possui uma distribuidora de canais a cabo e é ao mesmo tempo beneficiária, coisa proibida em países mais avançados como os EUA. Além disso, envia seu sinal para dezenas de países através de satélite próprio.
Porém, o mais curioso, é que a Globo consegue através de suas novelas pautar os assuntos que o país vai discutir. É o caso atual da Síndrome de Down, um dos temas da novela Páginas da Vida. Esse é um assunto que nunca interessou de perto aos nossos politicos, até porque os dividendos eleitorais são poucos.
Todos os segmentos da sociedade brasileira são, de alguma maneira dependentes dela. No quesito social, ela realiza anualmente o Criança Esperança, quando seus profissionais se vestem com a camiseta do evento e pedem a ajuda da população através de doações telefônicas, onde o doador ainda tem que pagar pela ligação. A prestação de contas mostra alguns orfanatos com as crianças limpinhas e bem vestidinhas sorrindo para as cameras da TV. Mas pelo tempo que o evento é realizado (mais de 20 anos), os resultados são nada animadores, pois a miséria só fez aumentar nessas duas últimas décadas.
A Band que era a emissora que priorizava o esporte em sua programação viu seu reinado ser devidamente destruído pelo rolo compressor da Globo, que foi comendo pelas beiradinhas. Hoje a emissora dos Marinho é dona de tudo, da Copa do mundo, da Fórmula um, de todos os campeonatos de futebol, do esporte amador. E agora no Pan 2007, no Rio, sede de seu quartel-general, sabe-se lá o que vai aprontar!
Os quatro dias de Momo já passaram a ser os quatro dias da Globo. Houve um tempo em que a Manchete chegou a incomodar, dividindo a preferência do telespectador. A Manchete acabou e o domínio da Globo passou a ser absoluto. Além da exclusividade do desfile do Rio, a emissora resolveu dar uma forcinha para o carnaval de São Paulo. De olho no mercado publicitário, claro. E o pobre desfile das escolas de Sampa ganhou o luxo e a riqueza do desfile carioca, com a importação do know how dos barracões das escolas do Rio e a presença dos artistas globais.
A Band, sem chance de participar do festim dos sambódromos do Rio e São Paulo, adotou há muito tempo o carnaval alternativo, dedicando-se a transmitir os desfiles de blocos, afoxés e trios elétricos de Salvador, Recife e Olinda. Mas a Globo percebeu o filão e aumenta a cada ano sua cobertura do carnaval do nordeste. Vamos ver até quando a Band resiste.
Na área específica de mídia, a Globo ocupa todos os espaços. Além de radios, Tvs, jornais e revistas, o grupo avança no mercado editorial de livros, na produção de filmes e, o que é mais estranho, ela possui uma distribuidora de canais a cabo e é ao mesmo tempo beneficiária, coisa proibida em países mais avançados como os EUA. Além disso, envia seu sinal para dezenas de países através de satélite próprio.
Porém, o mais curioso, é que a Globo consegue através de suas novelas pautar os assuntos que o país vai discutir. É o caso atual da Síndrome de Down, um dos temas da novela Páginas da Vida. Esse é um assunto que nunca interessou de perto aos nossos politicos, até porque os dividendos eleitorais são poucos.
Mas a partir do momento em que a novela priorizou o assunto, a mobilização dos governantes e mesmo da população cresceu. E os portadores daquela deficiência genética que antigamente eram chamados de “mongolóides” hoje são respeitados, graças ao trabalho da pequena Joana Mocarzel que vive a personagem Clara, que a Globo já resolveu transformar em boneca que será vendida em todo Brasil.
Por essas e por outras, meus caros, e como ela já tomou conta de tudo mesmo, é que nas próximas eleições vamos eleger a Globo para presidente. Quem sabe no horário nobre, campeão de audiência, ela não apresente uma novela que solucione de uma vez os graves problemas sociais brasileiros como a violência e a injusta distribuição de renda?
Em tempo: Acabo de saber que a CNBB decidiu dar à Globo a exclusividade da transmissão da visita do Papa ao Brasil, com base em “sua experiência e alto poder tecnológico”.
Por essas e por outras, meus caros, e como ela já tomou conta de tudo mesmo, é que nas próximas eleições vamos eleger a Globo para presidente. Quem sabe no horário nobre, campeão de audiência, ela não apresente uma novela que solucione de uma vez os graves problemas sociais brasileiros como a violência e a injusta distribuição de renda?
Em tempo: Acabo de saber que a CNBB decidiu dar à Globo a exclusividade da transmissão da visita do Papa ao Brasil, com base em “sua experiência e alto poder tecnológico”.
Por
Leila Cordeiro
Fonte: diretodaredação.com
valeu!!
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